O país já estava se preparando para um ano difícil em relação à dengue, visto que o número de casos do vírus normalmente segue um ciclo de aproximadamente quatro anos. No entanto, especialistas apontam uma série de fatores, incluindo o fenômeno climático El Niño e as mudanças climáticas, como amplificadores significativos do problema este ano.
O calor recorde no país e as chuvas acima da média desde o ano passado, antes mesmo do verão, aumentaram o número de criadouros do mosquito no Brasil, mesmo em regiões que historicamente tiveram poucos casos da doença. A ministra da Saúde do Brasil, Nísia Trindade, destacou a preocupação com a situação.
Além do Brasil, países como Argentina, Uruguai e Paraguai já estão enfrentando um aumento nos casos de dengue nos últimos meses, durante o verão do Hemisfério Sul. O vírus tem se espalhado pelas Américas e o alerta é para que outros países se preparem para a chegada da doença.
Especialistas alertam que a dengue está prestes a se tornar um grande problema de saúde global. Nos Estados Unidos, a expectativa é de altas taxas de infecção por dengue em Porto Rico, bem como mais casos no território continental, especialmente na Flórida, Texas, Arizona e sul da Califórnia. O temor é que a dengue, transmitida pelo Aedes aegypti, possa se tornar mais comum em novas regiões, incluindo partes mais quentes e úmidas dos Estados Unidos, onde nunca tinha sido vista até recentemente.
A dengue é uma doença grave, com casos que variam de leves a fatais. Cerca de 75% das pessoas infectadas não apresentam sintomas, enquanto outros podem desenvolver febres muito altas, dores de cabeça, vômitos e dores nas articulações. A preocupação maior é com os casos graves, que podem levar a complicações como vazamento de plasma dos vasos sanguíneos e choque, causando falência de órgãos.
Com a chegada iminente do aumento de casos de dengue, é fundamental que autoridades de saúde em toda a região das Américas e internacionalmente estejam preparadas para lidar com a situação e adotem medidas preventivas para conter o avanço do vírus. Ações eficazes de combate ao mosquito transmissor, informação à população e investimento em pesquisa e tratamento são essenciais para enfrentar esse desafio de saúde pública.
