Brasil enfrenta dilema com asilados venezuelanos na embaixada argentina em Caracas



A situação dos seis venezuelanos asilados na Embaixada argentina em Caracas está gerando uma grande dor de cabeça para o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Enquanto o ex-candidato presidencial Edmundo González Urrutia conseguiu obter um salvo-conduto para sair da Venezuela após negociações entre os governos da Holanda e Espanha, os opositores, incluindo quatro importantes colaboradores da líder opositora María Corina Machado, estão longe de obter o mesmo benefício.

A permanência dos seis asilados na embaixada argentina em Caracas permite a Maduro intimidar constantemente a oposição, principalmente a ala liderada por María Corina. Há a sensação em Caracas de que os planos de Maduro para os asilados envolvem a possibilidade de prisão, em vez de liberdade no exterior.

O governo argentino, que rompeu relações com Caracas após as eleições presidenciais, tentou obter um salvo conduto para os asilados em sua residência diplomática. Enquanto isso, o governo brasileiro ofereceu enviar um avião da Força Aérea Brasileira para trasladar os asilados até Buenos Aires. No entanto, a escolha de um novo país para custodiar a embaixada argentina deve ser negociada entre argentinos e venezuelanos, sem participação direta do Brasil.

Os colaboradores de María Corina são acusados de violar as normas da Convenção de Viena e de participar de supostas conspirações militares contra Maduro, sem apresentação de provas. A tensão aumenta a cada dia, com o controle sobre os asilados sendo visto como uma forma de exercer poder sobre María Corina.

No cenário internacional, existe a preocupação com a possibilidade de invasão da embaixada argentina por agentes chavistas, o que seria uma violação grave da Convenção de Viena. As relações bilaterais entre Brasil e Venezuela estão estremecidas, e a situação dos asilados pode ser vista como um “troco” de Maduro a Lula por declarações recentes do presidente brasileiro sobre as eleições venezuelanas.

A oposição convocou uma manifestação em frente à embaixada do Brasil para pedir ajuda na libertação de presos políticos. Enquanto isso, a incerteza persiste sobre o destino dos seis asilados e a pressão sobre a oposição venezuelana continua.

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