“Os detalhes do plano serão apresentados amanhã por todas as áreas técnicas envolvidas, e esperamos levar uma proposta consolidada ao presidente Lula na próxima semana”, afirmou Haddad. Embora os detalhes específicos das medidas ainda não tenham sido revelados, o ministro deixou claro que um aspecto central do plano será a resposta prévia às sanções americanas.
O desenvolvimento do plano de contingência é resultado de discussões aprofundadas entre os ministérios da Fazenda, Indústria e Relações Exteriores. Já elaborado com base nas diretrizes estabelecidas por Haddad e pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, o plano aguarda análise pelos ministros Mauro Vieira e Rui Costa antes de ser submetido à decisão final do presidente.
Haddad comentou que, apesar destas manobras internas, o governo enfrenta dificuldades nas negociações com a administração americana, que, segundo ele, tem dificultado os diálogos. “Estamos conversando com a equipe técnica da Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos, mas as interações com o secretário Scott Bessent têm sido escassas. Alckmin tem conseguido alguns contatos, porém a Casa Branca ainda não apresentou uma resposta significativa”, explicou.
Apesar da adversidade, Haddad permanece otimista quanto à possibilidade de um acordo com os EUA. Ele citou recentes avanços nas negociações entre os americanos e outros países, como Vietnã, Japão, Indonésia e Filipinas, como fatores que podem incentivar uma negociação mais coesa. “Estamos sempre abertos ao diálogo e acreditamos que ainda há espaço para discussões positivas”, ressaltou ele.
Haddad também elogiou iniciativas de governadores em oferecer apoio local aos setores impactados, mas enfatizou que essas medidas têm um alcance limitado. Ele comentou sobre uma linha de crédito de R$ 200 milhões anunciada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mas ponderou que os montantes são insignificantes diante das vastas exportações brasileiras atingidas pela tarifação.
Por fim, o ministro expressou esperança na sustentabilidade do compromisso dos governadores em enfrentar as consequências das tarifas impostas, destacando a importância de uma mobilização unificada contra a agressão econômica externa. “É positivo ver que os governadores estão agora reconhecendo a gravidade do problema em vez de apoiarem a medida que prejudica o Brasil”, concluiu Haddad.