Brasil e Itália Firmam Acordo para Combater Organizações Criminosas Transnacionais e Criam Força-Tarefa Conjunta para Investigações de Tráfico de Drogas.

Na última quarta-feira, 25 de outubro, Brasil e Itália firmaram um importante acordo com o objetivo de intensificar a cooperação bilateral no combate às organizações criminosas transnacionais. O entendimento foi selado entre Giovanni Melillo, procurador-geral nacional antimáfia da Itália, e representantes da Procuradoria brasileira, em um evento realizado em São Paulo. O acordo não apenas destaca a vontade política de ambos os países em unir esforços na luta contra o crime organizado, mas também reflete a crescente preocupação com o tráfego de drogas, que se tornou um problema sério com implicações internacionais.

Durante sua fala no seminário “Mercados Ilícitos e Crime Organizado nas Américas”, Melillo enfatizou a relevância deste pacto ao afirmar que a colaboração é fundamental para enfrentar desafios comuns. Ele sublinhou que o verdadeiro valor do acordo reside na construção de sistemas investigativos eficazes, capazes de mapear os fenômenos do crime e reunir evidências sólidas, essenciais para a responsabilização dos infratores.

A parceria delineada prevê a criação de uma força-tarefa conjunta, composta por magistrados e forças policiais de ambos os países. O propósito é estabelecer um intercâmbio contínuo e sistemático de informações sobre as atividades de organizações criminosas significativas operando entre Brasil e Itália. Melillo ressaltou a já existente colaboração proveitosa com o Ministério Público Federal e Estadual em São Paulo, manifestando a intenção de fortalecer essas relações.

A motivação para o acordo emergiu a partir de uma investigação que teve início em 2023, focada no tráfico de drogas para a Europa, articulado pela máfia “Ndrangheta” da Calábria em associação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), considerada a facção criminosa mais poderosa do Brasil. A investigação ganhou notoriedade com a captura de Vincenzo Pasquino, um líder mafioso que vivia em São Paulo e que, ao ser extraditado, colaborou com as autoridades, revelando detalhes sobre a aliança entre as duas organizações criminosas.

Melillo observou que o PCC representa uma ameaça significativa no contexto do crime organizado transnacional, enquanto a ‘Ndrangheta’ se destaca por sua capacidade de expansão em âmbito internacional. O acordo, portanto, acena não apenas para o fortalecimento das medidas de combate ao crime, mas também para um novo patamar de colaboração internacional em uma era marcada pela globalização do crime.

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