Ao iniciar a conversa, Alckmin expressou sua satisfação em aprofundar o diálogo bilateral, ressaltando a visão comum que Brasil e Índia compartilham em relação à autonomia estratégica e à importância da cooperação tecnológica. “Compartilhamos uma perspectiva de equilíbrio global”, afirmou. O vice-presidente mencionou o formato de diálogo 2+2, estabelecido entre as duas nações, que inclui reuniões regulares entre os ministros das Relações Exteriores e da Defesa para discutir questões de segurança e política.
Múcio destacou um recente acordo entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Narendra Modi que visa ampliar a colaboração na área de defesa, incluindo discussões entre os comandos das Forças Armadas de ambos os países para treinamentos militares e parcerias em manutenção. Exemplos concretos dessa colaboração foram apresentados, como o interesse em cooperação na manutenção dos submarinos Scorpène, utilizados pelas marinhas de ambos os países.
O governo indiano também demonstrou interesse na aquisição de seis aeronaves E-145 da Embraer, que seriam convertidas em plataformas de alerta e controle aéreo. Essa iniciativa se alinha ao movimento da empresa brasileira de abrir um escritório em Nova Déli, o que indica um avanço nas relações comerciais.
Além disso, a negociação para a venda do avião militar C-390 está em andamento, com a possibilidade da produção em parceria com a empresa local Mahindra Systems. Alckmin, que também exerce o cargo de ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, mencionou a chance de ampliar a coprodução de equipamentos, transferência de tecnologias e o desenvolvimento conjunto de veículos blindados, municões, radares e sistemas aéreos.
Esse fortalecimento das relações Brasil-Índia reflete uma estratégia de diversificação de fornecedores e uma busca por aproximação entre os países do Sul Global, que visam desenvolver uma capacidade autônoma de defesa.