Brasil e EUA se posicionam como polos opostos na ONU em discurso de Lula, com ênfase em diplomacia e multilateralismo em meio a tensões diplomáticas.

Na próxima terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará o discurso de abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, que acontece em Nova York. A expectativa em relação à sua fala é alta, especialmente dadas as tensões nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Lula é visto como um defensor fervoroso do multilateralismo e da soberania nacional, e seu pronunciamento deve abordar temas centrais como a democracia, o papel do Brasil nas questões internacionais e a questão palestina, entre outros.

Analistas políticos indicam que o discurso de Lula provavelmente terá um tom moderado, evitando ataques diretos ao seu homólogo americano, Donald Trump, que se apresentará logo em seguida. Essa dinâmica levanta a possibilidade de um encontro entre os dois líderes nos corredores da ONU, mas até o momento não há indicações concretas de que isso aconteça, especialmente considerando o histórico recente de críticas mútuas.

Os temas a serem abordados por Lula incluem a defesa da democracia como sistema político, a relação do Brasil com o multilateralismo e uma crítica às ações de Israel na Palestina. Além disso, especialistas acreditam que o presidente aproveitará a oportunidade para discutir questões ambientais, especialmente com a iminência da COP30 em Belém, o que reforçaria a imagem do Brasil como líder em iniciativas de desenvolvimento sustentável.

Contrapondo Lula, Trump é visto como um defensor de um comércio mais isolacionista, o que representa uma visão de mundo oposta àquela do presidente brasileiro. Essa dicotomia entre os dois líderes reflete uma divisão mais ampla nas relações internacionais contemporâneas, onde Lula promove o diálogo e o compromisso, enquanto Trump tende a privilegiar acordos bilaterais e posturas agressivas.

A questão de um eventual encontro entre os dois líderes é complexa. Especialistas advertem que, dadas as tensões entre as partes, uma conversa informal poderia gerar situações desconfortáveis para o presidente brasileiro, como já aconteceu em encontros passados de Trump com outros líderes mundiais. Lula parece prudente ao não buscar esse tipo de interação.

Ainda, cabe mencionar a exclusão dos EUA do evento “Em Defesa da Democracia e Contra o Extremismo”, programado para acontecer durante a Assembleia. Lula justificou essa decisão ao argumentar que as políticas de Trump não são compatíveis com o tema. Esta manobra diplomática, na visão de analistas, representa uma crítica contundente à situação da democracia nos EUA e possui potencial para exacerbar ainda mais as relações bilaterais.

Portanto, o palco da ONU não será apenas um espaço para discursos, mas um campo de disputas ideológicas em que Brasil e EUA se posicionam como polos opostos nas conversas sobre o futuro da política internacional.

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