Brasil Busca Território Submarino Rico em Terras Raras e Enfrenta Desafios para Convencer a ONU sobre sua Soberania e Defesa da Área

O Brasil se encontra numa demanda internacional para anexar a Elevação do Rio Grande, uma formação submarina localizada a 1.500 quilômetros da costa do Rio Grande do Sul. Desde 2018, o país tem trabalhado para garantir a soberania sobre essa área, que se destaca por ser rica em minerais estratégicos, como cobalto, cobre, manganês e níquel. Esses recursos são fundamentais não apenas para o desenvolvimento de novas tecnologias, como carros elétricos, mas também para a transição energética global.

A Elevação do Rio Grande, descoberta em uma expedição da Universidade de São Paulo (USP), possui uma extensão comparável à da Espanha, o que torna sua exploração ainda mais atraente em termos econômicos. No entanto, o Brasil enfrenta um desafio considerável: a legitimação de sua reivindicação perante as Nações Unidas, conforme as diretrizes da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS).

Especialistas apontam que, para consolidar a soberania sobre o território, o Brasil precisa demonstrar não apenas a viabilidade econômica de sua exploração, mas também a capacidade de defesa da área, considerando que ela se encontra distante da costa. Essa situação levanta preocupações sobre a segurança nacional, já que o território é vulnerável a pressões internacionais e conflitos potenciais.

Marcelo Lemes, geógrafo e professor na Universidade Estácio, observa que o processo de avaliação da ONU é geralmente mais rápido para países com maior poder geopolítico, o que faz com que a reivindicação brasileira estagne. Ele destaca que o aprofundamento da presença militar brasileira na região é crucial para dissuadir possíveis conflitos e assegurar uma exploração tranquila.

Além dessas questões, a presença internacional na Elevação do Rio Grande tem implicações diretas nas relações com países vizinhos, como a Argentina, que observa de perto o desenrolar da situação. O especialista em relações internacionais, Marco Tulio Delgobbo Freitas, sugere que a questão pode influenciar a disputa argentina pelas Malvinas, onde também há depósitos significativos de hidrocarbonetos.

Do ponto de vista estratégico, o acesso aos minerais raros na Elevação do Rio Grande pode elevar a posição do Brasil nas negociações internacionais, conferindo ao país um novo grau de influência geopolítica. Entretanto, essa potência também pode ser acompanhada de retaliações e críticas, especialmente no que diz respeito a questões ambientais, frequentemente levantadas por entidades e países que podem contestar as ações brasileiras na área.

Diante de tais complexidades, especialistas recomendam que o Brasil busque parcerias com outras nações para a exploração dos recursos, o que poderia oferecer maior segurança e mitigar riscos de conflitos. Contudo, essa abordagem exige acordos robustos que assegurem a soberania e a exploração segura da região.

Finalmente, o Brasil possui no seu arsenal tecnológico, devido à experiência da Petrobras, os conhecimentos necessários para a exploração subaquática, com expertise adquirida ao longo de décadas. Assim, a luta pela Elevação do Rio Grande se torna não apenas uma questão de soberania territorial, mas um elemento central na definição do futuro geopolítico e econômico do Brasil no cenário internacional.

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