Brasil busca expandir presença no mercado agrícola por meio da nova fase do BRICS, afirma secretário do Ministério da Agricultura durante cúpula na Rússia.



Na última quinta-feira, 24 de outubro de 2024, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura do Brasil, Luis Rua, participou de um encontro crucial com Oksana Lut, ministra da Agricultura da Rússia, durante a Cúpula do BRICS na cidade de Kazan. Esta reunião marca um passo significativo na busca do Brasil por ampliar seus mercados internacionais, especialmente num momento em que o bloco BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, está passando por uma expansão notável.

Luis Rua, que recentemente assumiu o cargo, traz consigo uma vasta experiência do setor privado, especialmente na área de proteína animal. Ele expressou a missão de sua secretaria como sendo a de abrir novos espaços no mercado global para os produtos agrícolas brasileiros, enfatizando que esse processo não apenas beneficiará os produtores locais, mas também resultará na geração de emprego e renda no país. Dentre as negociações em curso com a Rússia, estiveram em pauta áreas como ovos, amêndoas de cacau e erva-mate, demonstrando a diversidade e o potencial das exportações brasileiras.

Apesar do progresso, o Brasil enfrenta desafios, como o fato de já não ser o principal fornecedor de carnes para a Rússia, cargo que ocupava até meados de 2017. A Rússia fez investimentos significativos em programas para aumentar sua autossuficiência em produção de carnes, reduzindo assim as importações brasileiras. Contudo, Rua mantém uma visão otimista quanto à possibilidade de o Brasil retomar essa posição, afirmando que o país é visto como um parceiro histórico e confiável pela Rússia.

Além disso, o comércio bilateral entre os dois países tem apresentado um crescimento considerável. As importações de fertilizantes russos pelo Brasil têm impulsionado essa relação comercial, embora em 2023 o Brasil tenha registrado um déficit de R$ 7,9 bilhões nas trocas comerciais com a Rússia. Rua evidenciou que, durante sua conversa com a ministra russa, abordou a necessidade de diversificar as pautas de exportação, com o objetivo de ampliar as oportunidades comerciais para ambos os lados, que atualmente se concentram principalmente em trigo e soja.

Na esfera mais ampla do BRICS, a cúpula tem discutido a criação de uma bolsa de cereais que poderia substituir a Bolsa de Chicago, uma medida que, segundo Rua, poderia facilitar o comércio entre os países-membros e reforçar a posição do Brasil como grande exportador agrícola. Com os planos de abrir novas adidâncias agrícolas nos países do BRICS até o final de 2024, o Brasil visa aprofundar sua presença comercial nessas nações.

O encontro em Kazan, que também contou com a participação do secretário-geral da ONU e outras delegações, simboliza um momento de oportunidade para o Brasil no contexto global, reforçando a importância estratégica do BRICS e a necessidade de uma colaboração mútua entre seus países membros. A expectativa é de que novas parcerias e acordos comerciais se concretizem nos próximos meses, ampliando ainda mais a influência do Brasil no cenário agrícola internacional.

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