Amorim enfatizou a gravidade da situação, citando a morte de milhares de civis, incluindo crianças, e ressaltou que o Brasil não pode se omitir diante de tais atrocidades. Em uma reunião recente com um grupo de 20 parlamentares e líderes políticos, a discussão focou no rompimento total das relações diplomáticas e comerciais com Israel, uma proposta que encontrou eco entre os presentes.
Contudo, o governo está ciente de que uma ruptura completa poderia trazer consequências adversas para brasileiros que residem em Israel, além de dificultar as vias de diálogo que ainda existem com os palestinos. Portanto, a avaliação atual é de que a medida mais viável seja a suspensão das relações militares, o que englobaria a interrupção de contratos e colaborações na área de defesa. Esse caminho já havia sido sinalizado no início do ano, quando o Brasil cancelou a aquisição de blindados de origem israelense, uma decisão motivada pelos ataques em Gaza e pela expansão de assentamentos na Cisjordânia, que são considerados ilegais pela comunidade internacional.
A situação em Gaza tem gerado reações globais e o Brasil, como uma nação que se diz defensora dos direitos humanos, está sob pressão para adotar uma postura mais incisiva e se distanciar das práticas que vão contra os direitos fundamentais da população palestina. As discussões internas sobre o assunto refletem não apenas um posicionamento diplomático, mas também um compromisso ético com a justiça e a paz na região. A decisão final ainda está por vir, mas as movimentações até agora indicam um forte descontentamento com a realidade em Gaza e uma disposição em alinhar a política externa brasileira com princípios humanitários.