Brasil Avalia Inclusão de Terras Raras em Negociações com os EUA, Diz Ministro Fernando Haddad

Em um cenário de crescente tensão nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que o governo brasileiro está considerando incluir as terras raras nas negociações sobre tarifas com os norte-americanos. Essa declaração surge após críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a busca dos Estados Unidos por minerais estratégicos no Brasil, essenciais para a produção de tecnologias avançadas, como componentes de eletrônicos e carros elétricos.

Haddad, em uma entrevista para a BandNews FM, explicou que o governo está em conversações com Washington para discutir a remoção da taxa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos EUA. Ele destacou que, entre os minerais que estão na pauta dessas discussões, encontram-se o lítio e o nióbio, ambos considerados cruciais para a indústria tecnológica moderna. De acordo com estimativas do Serviço Geológico do Brasil, o país possui cerca de 21 milhões de toneladas de minerais raros, o que o coloca como o segundo maior detentor de reservas mundiais, ficando atrás apenas da China.

No entanto, o ministro foi claro ao afirmar que o Brasil não irá aceitar imposições que violam sua soberania. Nesse sentido, Haddad mencionou que as negociações ainda estão em curso, mas que o governo rejeita os termos atuais, que incluem demandas como o fim de investigações judiciais em curso contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

As declarações recentes de Lula reforçaram essa postura. Ele manifestou preocupação com o interesse americano e reafirmou que a exploração mineral deve beneficiar o povo brasileiro. “Esses recursos pertencem ao povo e é nosso direito aproveitar as riquezas que eles podem proporcionar”, afirmou Lula.

A posição do governo indica um esforço para equilibrar relações comerciais com a necessidade de preservar a soberania nacional. A negociação em pauta pode representar um passo importante para o Brasil, não apenas em termos econômicos, mas também em um contexto mais amplo, onde a autonomia na exploração de recursos naturais é cada vez mais uma questão de relevância política.

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