A carta destaca um contexto alarmante: o ano de 2024 foi o mais quente já registrado globalmente e, portanto, a COP30 se torna a primeira cúpula a ser realizada no centro de uma crise climática marcada pela urgência. O enunciado ressalta a importância de canalizar esforços para ações coletivas, afirmando que a mudança climática é uma realidade que deve ser abordada com a gravidade que ela exige. “A mudança é inevitável – seja por escolha ou por catástrofe. Se o aquecimento global não for controlado, as consequências afetarão profundamente nossas sociedades, economias e vidas familiares”, alerta a carta.
Outro ponto crucial abordado no documento é o status da Amazônia, que sediará esta importante conferência. A Amazônia, considerada um dos ecossistemas mais essenciais do planeta, enfrenta agora o risco de um ponto de inflexão irreversível, conforme enfatizam os cientistas. A caracterização deste evento como uma cúpula crucial não deve ser subestimada, uma vez que se dará em uma região onde as consequências das alterações climáticas são sentidas de maneira aguda.
O texto também tem um caráter direcionador, expressando a intenção de que os líderes e partes interessadas nas negociações da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) acolham as propostas apresentadas. O embaixador Correa do Lago sublinhou que a carta busca engajar não apenas os 196 países-partes do acordo, mas também outras nações, propondo um esforço global coletivo.
Por fim, a carta reafirma a importância do Acordo de Paris, observando que embora o tratado exista, ainda há muito trabalho pela frente. “Não haverá liderança global no século XXI que não seja definida pela liderança climática”, conclui o documento, enfatizando a necessidade premente de ação decisiva para enfrentar a crise climática que atinge o mundo contemporâneo.