O governo Lula está discutindo com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e líderes do Congresso a elaboração de uma proposta que busque proteger empresas e instituições financeiras brasileiras de possíveis punições aplicadas pelos EUA. Esse movimento é particularmente relevante em face de legislações como a “Lei Magnitsky”, que impõe restrições a indivíduos e entidades com laços considerados problemáticos pelos Estados Unidos. A proposta em gestação contempla a proibição da imposição automática de sanções estrangeiras sobre companhias nacionais, estabelecendo um mecanismo legal que visa consolidar a visão do ministro Flávio Dino. Em uma decisão recente, ele afirmou que sanções externas só têm validade no Brasil se forem homologadas pelo Supremo.
Dentro dos parâmetros da proposta, existe a ideia de criar um conselho que reúna representantes dos Três Poderes e da sociedade civil. Este grupo seria encarregado de avaliar a aplicação de sanções internacionais no Brasil, assegurando uma análise rigorosa das implicações que tais medidas poderiam trazer para a economia nacional. O conselho seria composto pela Procuradoria-Geral da República, Advocacia-Geral da União, parlamentares e membros da sociedade civil, estabelecendo um diálogo interdisciplinar e transversal.
Esse projeto, que já foi apresentado a diversos atores políticos e do setor financeiro, visa garantir o apoio dos Três Poderes – Executivo, Legislativo e Judiciário. Para as empresas privadas, a proposta ofereceria um respaldo jurídico crucial, especialmente em situações de descumprimento de sanções que não tenham sido previamente autorizadas pelo novo conselho.
Além disso, o esboço da iniciativa se inspira em legislações existentes em nações como o Canadá e blocos econômicos como a União Europeia. Assim, o Brasil busca não apenas se proteger de impactos adversos, mas também estabelecer um precedente em um contexto global cada vez mais desafiador.