Entre as confissões mais chocantes, o atleta relata que, após conquistar sua medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres em 2016, viveu um momento de autodestruição que o levou a se trancar em um hotel por duas semanas. Durante esse período, ele se entregou ao uso de cocaína de forma excessiva, chegando a usar cerca de 120 gramas. Wiggins descreve a experiência de cheirar cocaína a partir de sua medalha como um ato de zombaria e desprezo por suas conquistas, refletindo sobre o vazio que sentia em relação à sua carreira e ao atleta que foi.
“Era como mijar no túmulo de alguém, e naquele momento, eu estava mijando no meu próprio”, disse ele, transmitindo a profundidade de sua crise pessoal. Essa autoavaliação dolorosa revela como as pressões e expectativas em torno de um campeão podem ter um custo emocional elevado.
Além de suas lutas com o vício em drogas, Wiggins conta que, quando tinha apenas 13 anos, passou por abusos sexuais por parte de um treinador. Ele também menciona agressões físicas frequentes do padrasto, experiências que o marcaram e que, segundo ele, moldaram parte de sua trajetória, tanto pessoal quanto profissional.
O campeão olímpico ainda enfrentou problemas financeiros graves, incluindo a falência declarada devido a dívidas que ultrapassavam um milhão de euros. No entanto, Wiggins se recusa a apontar dedos para os outros, afirmando: “Eu nunca quis que parecesse que culpava alguém pelos meus problemas. Sou vítima das minhas próprias escolhas”.
Essas revelações abrem uma nova perspectiva sobre a pressão enfrentada por atletas de elite, que muitas vezes lutam sozinhos contra demônios invisíveis, mesmo após conquistar o que muitos consideram o auge do sucesso. Wiggins, ao compartilhar sua história, pode ajudar a desmistificar os desafios emocionais que muitos enfrentam após o término de suas carreiras esportivas.