No entanto, o ex-presidente confirmou que se encontrou com Delgatti uma vez no Palácio da Alvorada. Segundo ele, o encontro foi para que o hacker pudesse falar com os membros do Ministério da Defesa que integravam a comissão eleitoral do TSE antes das eleições presidenciais de outubro. Bolsonaro alegou que após essa reunião, o assunto foi encerrado e que não teve mais contato com o hacker.
Durante a sessão da CPMI, pela manhã, muitas perguntas foram feitas por parlamentares alinhados ao governo. No entanto, após o intervalo, os políticos da oposição tiveram a oportunidade de confrontar Delgatti. Bolsonaro afirmou que o hacker ficou em silêncio diante das perguntas dos seus aliados e se exaltou anteriormente por estar entre amigos.
Delgatti alegou, durante seu depoimento, que Bolsonaro ofereceu um indulto em troca de uma invasão ao sistema das urnas eletrônicas. O hacker afirmou que a conversa aconteceu no Palácio da Alvorada e contou com a participação da deputada Carla Zambelli (PL-SP), do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e do coronel Marcelo Câmara, ex-assessor especial da Presidência. No entanto, o hacker não apresentou provas das acusações, mas se colocou à disposição das autoridades para comprovar seu depoimento.
Bolsonaro negou as acusações e disse que nunca ofereceu um indulto a Delgatti. O ex-presidente apresentou sua versão dos fatos, alegando que a conversa com o hacker foi apenas para que ele pudesse falar com os membros do Ministério da Defesa.
A CPMI do 8 de Janeiro continua investigando o episódio dos ataques hackers ocorridos em 2020, que expuseram conversas de autoridades. Delgatti, conhecido como “Vermelho”, é um dos suspeitos de ter participado desses ataques. Agora, as autoridades terão que avaliar as informações apresentadas e tomar as medidas necessárias para esclarecer os fatos.