Bolsonaro buscou mostrar, de certo modo, uma disposição para que as investigações sobre essas fraudes avancem. Ele afirmou que se for comprovado que alguém de seu governo cometeu alguma ilegalidade, as devidas responsabilidades devem ser tomadas. “É possível e vai ser investigado. Se, porventura, alguém do meu governo fez algo de errado, que pague. E ponto final”, declarou em tom contundente. Essa posição tem o objetivo de transmitir uma imagem de transparência, mostrando que ele apoia a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para aprofundar as investigações sobre os supostos esquemas de corrupção.
Entretanto, Bolsonaro também não se esquivou de sua crítica ao governo atual, sustentando a tese de que o problema das fraudes no INSS “explodiu” sob a gestão petista. Essa narrativa buscaria não só defender seu governo, mas também colocar em evidência o que considera ser um agravamento da corrupção nas gestões sucessivas. Notou-se, durante a entrevista, uma tentativa de equilibrar a crítica ao governo de Lula enquanto reconhece que manter um governo completamente isento de corrupção é uma tarefa extremamente complexa. “É difícil garantir um governo com ‘zero absoluto’ de corrupção”, afirmou, reforçando que essa é uma questão presente em toda a política.
Com essas declarações, Bolsonaro não apenas altera sua postura anterior em relação ao tema, mas também insere um novo elemento na discussão sobre a corrupção no Brasil, um tema que continua a suscitar debates acalorados na sociedade e na política.
