Segundo Bolsonaro, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, não é responsável por essas alianças antagônicas. “Meu acordo com o presidente do partido, Valdemar, está sendo cumprido. Agora, com mais de 2 mil candidatos a prefeito pelo Brasil e centenas a vereador, em algumas cidades o PL está se coligando com partidos como o PT, PCdoB e PSOL”, afirmou Bolsonaro em um vídeo ao lado do deputado federal Zucco (PL-RS).
Bolsonaro pediu que os políticos municipais rompam os acordos com a esquerda e sigam as orientações do partido. “Já acertado, como lá atrás, estamos cumprindo que essas coligações têm que deixar de existir. O que é mais grave? Mesmo deixando de existir, fica essa mácula dessas pessoas que pensam apenas nelas para chegar ao poder e ignoram o resto”, alertou.
Caso não seja possível desmanchar as alianças com legendas de esquerda, Bolsonaro prometeu apoiar candidatos adversários do PL. “Onde não for possível desfazer, nós vamos fazer campanha para o outro lado. Ver um bom candidato de outro partido e apoiar”, explicou.
Adicionalmente, o PL Mulher, liderado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, publicou uma nota oficial também proibindo qualquer aliança com partidos de esquerda. “As razões para essa decisão são óbvias. Basta ver o que está acontecendo na Venezuela e quais partidos brasileiros apoiam aquele regime ditatorial. Não queremos que o Brasil tenha o mesmo destino!”, destacou o comunicado. Michelle Bolsonaro também anunciou a criação de um canal oficial para receber denúncias de coligações entre as duas legendas.
A polarização entre o PL e o PT marcou a última campanha presidencial, com a disputa entre Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Lula venceu por uma margem estreita no segundo turno e assegurou seu terceiro e atual mandato. Pesquisas da Quaest em cinco capitais mostraram que tanto Lula quanto Bolsonaro ainda podem influenciar eleitores nas eleições municipais de outubro. Em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande e Manaus, a maioria dos entrevistados considerou a indicação do atual ou do ex-presidente ao decidir o voto.
Em relação às influências regionais, Lula mostrou maior impacto positivo em Campo Grande, enquanto enfrentou maior rejeição no Rio de Janeiro. Bolsonaro apresentou maior influência em Campo Grande e Manaus, mas sofreu maior rejeição em São Paulo. No maior colégio eleitoral do país, São Paulo, Lula tem mais influência sobre a indicação de um candidato em comparação a Bolsonaro.
Quanto à rejeição, os índices aumentaram para possíveis candidatos indicados por Lula, Bolsonaro e pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Na capital fluminense, Bolsonaro ainda mantém maior influência do que Lula, e em Belo Horizonte, o ex-presidente tem tanta influência quanto o governador Romeu Zema (Novo). As pesquisas, registradas no Tribunal Superior Eleitoral, sublinham a importância contínua da influência dos ex e atuais mandatários nas decisões eleitorais municipais.