Bolsonaro quer vice-presidência do Senado para pautar anistia aos presos dos Atos Golpistas em ausência de Alcolumbre.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL), fez declarações polêmicas nesta sexta-feira, 24, ao afirmar que pretende ocupar a vice-presidência do Senado para pautar o projeto de anistia aos presos dos Atos Golpistas de 8 de Janeiro, em uma eventual ausência do senador Davi Alcolumbre, favorito na eleição que acontecerá em 1° de fevereiro. Segundo Bolsonaro, a espera até as eleições de 2026 para liberar os presos seria um prazo muito longo e, por isso, a proposta de anistia não pode aguardar.

Em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, da Revista Oeste, Bolsonaro reforçou sua intenção de ocupar a primeira-vice-presidência, o que lhe permitiria trazer o projeto da anistia à votação em situações de ausência de Alcolumbre. Essa estratégia já havia sido revelada por uma reportagem do Estadão no início da semana, que mostrou a negociação do PL para integrar a chapa de Alcolumbre com um membro próximo do ex-presidente.

De acordo com o regimento interno do Senado, o primeiro vice-presidente assume o controle da Casa em ausências do presidente, podendo colocar em pauta propostas de interesse. Essa defesa da estratégia do PL gerou um embate com o senador Marcos Pontes, que deseja se candidatar à presidência do Senado, mesmo sem o apoio de Bolsonaro.

O projeto de anistia aos presos dos Atos Golpistas está em tramitação na Câmara dos Deputados e foi interrompido em outubro pelo presidente Arthur Lira. O favorito para sucedê-lo, Hugo Motta, também foi alvo de críticas de Bolsonaro, que ameaçou obstruir as votações na Casa caso a anistia não seja pautada.

Além disso, Bolsonaro voltou a negar as acusações de envolvimento nos atos de 8 de Janeiro, afirmando que estava nos Estados Unidos na ocasião e que recebeu convites para residir no país, mas recusou. O ex-presidente minimizou as acusações e reiterou sua alegação de não ter participado dos atos de vandalismo. A Polícia Federal o indiciou por sua suposta ligação com grupos que planejavam uma ruptura democrática.

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