Em entrevista ao programa Oeste Sem Filtro, da Revista Oeste, Bolsonaro reforçou sua intenção de ocupar a primeira-vice-presidência, o que lhe permitiria trazer o projeto da anistia à votação em situações de ausência de Alcolumbre. Essa estratégia já havia sido revelada por uma reportagem do Estadão no início da semana, que mostrou a negociação do PL para integrar a chapa de Alcolumbre com um membro próximo do ex-presidente.
De acordo com o regimento interno do Senado, o primeiro vice-presidente assume o controle da Casa em ausências do presidente, podendo colocar em pauta propostas de interesse. Essa defesa da estratégia do PL gerou um embate com o senador Marcos Pontes, que deseja se candidatar à presidência do Senado, mesmo sem o apoio de Bolsonaro.
O projeto de anistia aos presos dos Atos Golpistas está em tramitação na Câmara dos Deputados e foi interrompido em outubro pelo presidente Arthur Lira. O favorito para sucedê-lo, Hugo Motta, também foi alvo de críticas de Bolsonaro, que ameaçou obstruir as votações na Casa caso a anistia não seja pautada.
Além disso, Bolsonaro voltou a negar as acusações de envolvimento nos atos de 8 de Janeiro, afirmando que estava nos Estados Unidos na ocasião e que recebeu convites para residir no país, mas recusou. O ex-presidente minimizou as acusações e reiterou sua alegação de não ter participado dos atos de vandalismo. A Polícia Federal o indiciou por sua suposta ligação com grupos que planejavam uma ruptura democrática.