A decisão desfavorável levou os advogados do ex-presidente a articularem uma nova estratégia. Eles estão preparando a apresentação de embargos infringentes, um recurso que é previsto no regimento interno do STF. Esse mecanismo jurídico pode ser utilizado especialmente quando ocorre divergência de votos em favor do réu. Mesmo que a hipótese de uma mudança no resultado se apresente como remota, a defesa vislumbra essa possibilidade como um caminho para tentar mitigar a pena ou até mesmo anular partes da condenação.
Com a expectativa de publicação do acórdão — que deve acontecer em caráter breve, uma vez que a decisão foi tomada em um plenário virtual sem a necessidade de juntar os votos dos demais ministros — a defesa de Bolsonaro terá um prazo de 10 dias para protocolar os embargos infringentes. A equipe legal compreende que, embora as possibilidades sejam limitadas, esse recurso pode servir para estender a tramitação do processo e, consequentemente, retardar a execução da pena.
Além disso, os advogados de Bolsonaro estão considerando outras abordagens. Há discussões sobre a possibilidade de recorrer a cortes internacionais e também sobre a solicitação de cumprimento da pena em regime domiciliar, com base em alegações que envolvem questões de segurança.
É importante mencionar que, não apenas Bolsonaro, mas outras figuras de destaque também foram condenadas nesse mesmo contexto. Entre elas, estão o deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, e o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, além de ex-ministros da Defesa e do Gabinete de Segurança Institucional. Essa trama complexa e repleta de protagonistas emblemáticos sinaliza um momento crítico e cheio de desdobramentos no cenário político nacional.
