Com o Supremo Tribunal Federal (STF) se preparando para analisar o caso de Bolsonaro em um clima eleitoral cada vez mais quente, o ex-mandatário parece estar tentando preservar seu capital político para o futuro. Em suas conversas com membros do Congresso, ele expressou a convicção de que, mesmo se enfrentar uma possível prisão, isso não deve inviabilizar sua candidatura. A expectativa de que seu julgamento ocorra ainda este ano faz parte do cálculo político do ex-presidente, que teme que a possibilidade de passar o bastão para outro candidato enfraqueça suas chances de reverter a situação.
Um dos episódios que recentemente aumentaram a pressão sobre Bolsonaro foi a divulgação dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, que acabaram trazendo à tona mais detalhes sobre as acusações contra ele, complicando ainda mais sua posição. Em resposta, o ex-presidente e seus aliados acentuaram a mobilização política, propagando um “Manifesto em Defesa da Democracia e da Liberdade no Brasil”. Esse manifesto critica o que consideram tentativas de marginalização política de Bolsonaro e planeja uma grande manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro, prevista para 16 de março, com a intenção de exigir anistia para os indivíduos detidos durante os eventos de 8 de janeiro e levantar a bandeira “Fora, Lula”.
O clima político, repleto de incertezas, transforma o cenário eleitoral de 2026 em um tabuleiro cheio de peças em movimento. Aliados de Bolsonaro estão apostando que, caso a popularidade do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva continue a cair, pode haver um ambiente social mais favorável para uma manobra de proteção a Bolsonaro, mesmo em meio a um quadro jurídico desfavorável. A expectativa de que a Justiça possa adiar o julgamento é um dos pontos que alimentam essa análise, ressaltando a complexidade envolvida nas futuras disputas eleitorais brasileiras.