Um dos elementos decisivos para a prisão foi a violação da tornozeleira eletrônica utilizada por Bolsonaro, que emitiu um alerta por volta da meia-noite. A Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal foi notificada e, ao investigar o caso, constatou que o dispositivo havia sido adulterado com uma solda. Após ser detido, Bolsonaro confirmou ter cometido a infração, enquanto sua defesa argumentou que ele estaria em um surto, o que explica essa ação. Essa versão tem apoio entre seus aliados, que citam a privação de sono e uso de medicamentos como possíveis razões para o comportamento do ex-presidente.
Ademais, a situação foi exacerbada pela convocação de uma vigília em apoio a Bolsonaro, divulgada nas redes sociais pelo senador Flávio Bolsonaro. O evento estava marcado para a noite do mesmo dia em frente ao condomínio em Brasília onde o ex-presidente reside. A Polícia Federal considerou essa convocação um fator de risco à ordem pública, sugerindo que poderia instigar um novo contexto de agitação social. Moraes, ao acatar o pedido de prisão, ressaltou que essa vigília poderia relembrar os acampamentos golpistas que marcaram o período pós-eleições de 2022. Infelizmente, essa não é a primeira vez que ações de Flávio resultam em prisões do pai; a primeira ocorreu em agosto, quando Jair foi detido em regime domiciliar por descumprir medidas cautelares.
Outro ponto crucial mencionado na decisão de Moraes foi a proximidade da residência de Bolsonaro com a Embaixada dos Estados Unidos, um fator que aumenta a percepção de risco de fuga. O ministro também lembrou que alguns aliados de Bolsonaro já haviam tentado deixar o país para evitar o cumprimento de penas. A prisão preventiva de Bolsonaro se dá em um contexto onde ele já foi condenado a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe.
É importante destacar que essa prisão é apenas preventiva e ainda precisa passar pela apreciação do STF. Um julgamento sobre a validade dessa detenção ocorrerá em breve, mas não há uma data definida até o momento. Se a decisão for aprovada, espera-se que Bolsonaro cumpra parte de sua pena no Complexo Penitenciário da Papuda, antes de uma possível autorização para prisão domiciliar.









