Bolsonaro “devastado psicologicamente” após prisão; filhos relatam momentos de fragilidade e necessidade de apoio emocional na Superintendência da Polícia Federal.

O ex-vereador Carlos Bolsonaro compartilhou, em uma coletiva de imprensa na última terça-feira, o estado emocional de seu pai, Jair Bolsonaro, após a determinação de prisão preventiva imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Carlos, o ex-presidente está “devastado psicologicamente” e se encontra em um estado de vulnerabilidade emocional. As declarações surgiram após os filhos Flávio e Carlos visitarem Jair na Superintendência da Polícia Federal, onde o ex-mandatário está detido.

Carlos relatou que a visita, de apenas 30 minutos, foi marcada por momentos de grande sensibilidade. Ele destacou que Jair se mostrou inconformado com a situação e chegou a chorar durante o encontro. O ex-vereador também mencionou que seu pai está se alimentando mal e que sua saúde já se encontra comprometida. “Estamos aqui para não deixá-lo desistir”, afirmou, enfatizando a preocupação com o bem-estar do ex-presidente.

Flávio, também presente na visita, revelou que Jair teve uma crise de soluços e precisou ser atendido por um agente após ser medicado. “Fico preocupado com isso, pois ele pode acabar broncoaspirando e isso poderia resultar em uma infecção no pulmão”, disse o senador, alarmando sobre as consequências que a situação de seu pai pode trazer para a saúde dele.

A visita dos filhos foi autorizada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes, que determinou que apenas um filho por vez poderia se encontrar com Jair. Está prevista para breve uma nova visita de Jair Renan, outro filho do ex-presidente.

No contexto político, o PL, partido de Jair, promoveu uma reunião emergencial em busca de estratégias para assegurar a anistia para condenados e investigados pelos atos de 8 de Janeiro, o que poderia incluir o próprio ex-presidente. Durante a reunião, membros do partido, incluindo Carlos Bolsonaro e Michel Bolsonaro, discutiram os rumos a serem seguidos frente à crise.

Vale lembrar que a prisão preventiva de Jair Bolsonaro foi mantida por unanimidade pelo STF, que argumentou que ele violou às regras de monitoramento eletrônico. O ex-presidente cumpre sua pena em uma sala reformada na PF, adequada para autoridades com prerrogativas de função. Essa sala de cerca de 12 metros quadrados, equipada com cama de solteiro, ar-condicionado e outros confortos, lembra o espaço em que Luiz Inácio Lula da Silva esteve detido em Curitiba.

Jair Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos de prisão sob a acusação de tentativa de golpe após as eleições de 2022 e estava em detenção domiciliar até sua recente prisão. O desdobramento desse caso repercute no cenário político e nas estratégias da oposição, que busca reverter o atual quadro jurídico do ex-mandatário.