Desde fevereiro de 2024, o passaporte de Bolsonaro Está retido devido a uma série de investigações relacionadas a eventos ocorridos em 8 de janeiro, quando houve uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Na última semana, a defesa do ex-presidente apresentou ao STF um e-mail que alegadamente funcionava como um convite oficial para a cerimônia de posse de Trump, defendendo assim a autorização para a viagem. Contudo, o ministro Moraes solicitou que a defesa comprovasse a veracidade do convite, o que gerou uma nova rodada de críticas.
Em sua resposta à negativa, Bolsonaro expressou sua decepção e enfatizou a falta de justificativas legais para a decisão de Moraes. Para ele, a medida é uma demonstração clara do medo que o Judiciário tem da sua popularidade crescente, uma vez que o ex-presidente lidera as pesquisas de intenção de voto para as próximas eleições em 2026. Bolsonaro argumentou que as restrições impostas não se baseiam em preocupações com a justiça, mas sim na intenção de frear seu potencial retorno ao poder, ressaltando o apoio que continua a ter entre diversas camadas da sociedade brasileira.
O ministro Moraes, por sua vez, fundamentou sua decisão com base em declarações anteriores de Bolsonaro, que teriam sugerido a favorabilidade à fuga de condenados para outros países, o que, segundo Moraes, configura um risco à ordem pública e ao cumprimento das decisões judiciais. A negociação e a burocracia envolvendo a autorização de viagens de ex-presidentes, especialmente em um contexto tão delicado, mostram os desafios que o Brasil enfrenta em sua democracia e a difícil relação entre os diferentes poderes do Estado.
Diante desse impasse, a tensão entre a ala política de Bolsonaro e o Judiciário promete continuar a moldar o cenário político brasileiro nos próximos anos, levantando questões sobre a integridade institucional e a estabilidade democrática.