Bolsonaro critica decisão de Moraes que impede sua ida à posse de Trump, alegando ‘ativismo judicial’ e ‘grave decepção’ com a Justiça.



O clima político no Brasil se intensificou após a recente decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que negou o pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro para viajar aos Estados Unidos e participar da cerimônia de posse de Donald Trump. Essa negativa, divulgada nesta quinta-feira, 16 de janeiro de 2025, reforçou a tensão entre o ex-mandatário e o Judiciário, alimentando acusações de que há um “ativismo judicial” contra Bolsonaro.

Desde fevereiro de 2024, o passaporte de Bolsonaro Está retido devido a uma série de investigações relacionadas a eventos ocorridos em 8 de janeiro, quando houve uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. Na última semana, a defesa do ex-presidente apresentou ao STF um e-mail que alegadamente funcionava como um convite oficial para a cerimônia de posse de Trump, defendendo assim a autorização para a viagem. Contudo, o ministro Moraes solicitou que a defesa comprovasse a veracidade do convite, o que gerou uma nova rodada de críticas.

Em sua resposta à negativa, Bolsonaro expressou sua decepção e enfatizou a falta de justificativas legais para a decisão de Moraes. Para ele, a medida é uma demonstração clara do medo que o Judiciário tem da sua popularidade crescente, uma vez que o ex-presidente lidera as pesquisas de intenção de voto para as próximas eleições em 2026. Bolsonaro argumentou que as restrições impostas não se baseiam em preocupações com a justiça, mas sim na intenção de frear seu potencial retorno ao poder, ressaltando o apoio que continua a ter entre diversas camadas da sociedade brasileira.

O ministro Moraes, por sua vez, fundamentou sua decisão com base em declarações anteriores de Bolsonaro, que teriam sugerido a favorabilidade à fuga de condenados para outros países, o que, segundo Moraes, configura um risco à ordem pública e ao cumprimento das decisões judiciais. A negociação e a burocracia envolvendo a autorização de viagens de ex-presidentes, especialmente em um contexto tão delicado, mostram os desafios que o Brasil enfrenta em sua democracia e a difícil relação entre os diferentes poderes do Estado.

Diante desse impasse, a tensão entre a ala política de Bolsonaro e o Judiciário promete continuar a moldar o cenário político brasileiro nos próximos anos, levantando questões sobre a integridade institucional e a estabilidade democrática.

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