Bolsonaro busca apoio internacional para contestar denúncia de tentativa de golpe e antecipa possíveis consequências jurídicas durante julgamento no STF.

A estratégia dos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro consiste em mobilizar a comoção internacional para enfrentar a recente denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). A acusação envolve Bolsonaro e mais 33 pessoas, sendo todos apontados por tentativa de golpe de Estado em 2022. Essa movimentação revela uma abordagem mais proativa por parte de seus defensores, que buscam maneiras de desacelerar o processo judicial e questionar a legitimidade das ações que estão sendo tomadas contra o ex-presidente.

A proposta em questão é protocolar ações em tribunais e comitês internacionais com o intuito de expor publicamente o andamento do processo, que já foi aceito pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão da Corte sobre o caso é aguardada com expectativa, e os advogados de Bolsonaro consideram que a rapidez com que o processo está sendo conduzido é “atípica”. De acordo com fontes próximas ao ex-presidente, existe uma preocupação de que a situação se agrave a ponto de resultar na prisão de Bolsonaro ainda em 2025.

Neste cenário, o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente e tido como um dos principais estrategistas no exterior, tem desempenhado um papel crucial. Desde a ascensão de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, Eduardo tem realizado frequentes viagens àquele país, buscando reforçar relações que possam ajudar sua família e os aliados diante das acusações que estão sendo enfrentadas no Brasil. Essa conexão com a política americana é vista como uma oportunidade para mobilizar apoio e pressionar os órgãos competentes e as instituições internacionais.

A denúncia da PGR foi formalmente apresentada ao STF em 18 de fevereiro, e a expectativa é de que o julgamento comece neste mês de março. O quadro atual implica que a Primeira Turma do STF, composta por cinco ministros, vai decidir sobre a aceitação da denúncia, levando em conta se há evidências suficientes para dar início a uma ação penal. Caso a denúncia seja aceita, os acusados assumirão o status de réus e o processo judicial terá prosseguimento, com decisões subsequentes a serem tomadas pelo relator, o ministro Alexandre de Moraes.

Esse cenário complexo marca um momento crítico na política brasileira, onde a combinação de estratégias judiciais e mobilizações internacionais delineia uma nova fase na luta de Bolsonaro contra as acusações que enfrenta.

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