Em uma reviravolta surpreendente, o deputado Marcel Van Hattem, do Novo, recebeu um número significativo de votos na eleição interna da Câmara, mesmo sendo de um partido com poucos representantes na casa legislativa. Segundo fontes próximas a Bolsonaro, parte desses votos teria vindo de parlamentares do PL, o que teria desagradado o presidente, que via em Hugo Motta, do Republicanos, o candidato ideal.
Essa situação acirrou ainda mais as divergências dentro da direita brasileira. Enquanto alguns políticos como Ricardo Salles, também do Novo, elogiaram os votos recebidos por Van Hattem como representantes dos valores da direita conservadora, outros como Eduardo Bolsonaro criticaram o resultado, apontando que o crescimento do Novo na Câmara se deu, em parte, pelo apoio de deputados do PL.
O embate entre Van Hattem e os demais políticos da direita expôs a disputa ideológica e pragmática que permeia o campo conservador no Brasil. Enquanto Bolsonaro optou por apoiar candidatos de centro para as presidências da Câmara e do Senado, visando garantir espaços estratégicos e alianças, uma parcela da direita conservadora preferiu manter a oposição a Lula e apoiar candidaturas mais alinhadas com seus valores.
Diante dessas divisões e conflitos internos, a direita brasileira enfrenta desafios para se unir em torno de um projeto comum. A disputa pelo controle das casas legislativas e as diferenças ideológicas entre os diversos segmentos tornam evidente a necessidade de diálogo e negociação dentro do campo conservador do país.
