Bolsonaro alega surto e paranoia em audiência que mantém sua prisão por violação de tornozeleira

O ex-presidente Jair Bolsonaro teve sua prisão preventiva confirmada em uma audiência de custódia realizada por videoconferência, na manhã deste domingo, em Brasília. Durante sua defesa, Bolsonaro alegou ter violado a tornozeleira eletrônica devido a uma “certa paranoia” provocada por medicamentos que estaria tomando, afirmando ter experimentado alucinações que o fizeram acreditar na presença de um dispositivo de escuta no aparelho.

O ex-presidente relatou ter passado por uma noite com sono “picado” e, por volta da meia-noite de sábado, decidiu utilizar um ferro de solda para mexer na tornozeleira, justificando sua ação ao dizer que possui conhecimentos técnicos sobre o equipamento. Bolsonaro afirmou que estava acompanhado de familiares e um assessor, mas que todos estavam dormindo no momento da ação, o que levanta indagações sobre a credibilidade de suas afirmações.

As alegações feitas na audiência contrastam significativamente com uma versão anterior, em que Bolsonaro declarou ter tentado romper a tornozeleira por “curiosidade”. Essa discrepância foi amplamente percebida, especialmente no vídeo em que ele responde a uma agente sobre a violação. Na audiência, Bolsonaro alegou que, após tomar consciência do ato, ele mesmo informou as autoridades, mas as informações dos registros mostram que a escolta foi acionada pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal após um alerta automático do dispositivo.

A defesa de Bolsonaro estava inicialmente focada em argumentar que o ex-presidente era alvo de perseguições motivadas por suas opiniões políticas e religiosas, sem mencionar a tornozeleira. No entanto, a divulgação do vídeo modificado sua estratégia: agora, buscam enfatizar o estado de saúde mental de Bolsonaro, alegando que ele não possui condições psicológicas adequadas para continuar detido, com a possibilidade de solicitar sua transferência para um hospital.

O atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao se pronunciar sobre a situação de Bolsonaro, declarou que respeita a decisão da Justiça, lembrando que todos deveriam estar cientes dos atos cometidos pelo ex-presidente. Lula evitou se aprofundar no tema, destacando que a justiça cumpriu seu papel. Essa complexa situação jurídica em torno de Bolsonaro continua a evoluir, com várias implicações políticas e sociais à medida que o ex-presidente enfrenta as consequências de suas ações.

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