A defesa de Bolsonaro argumentou que a ação foi motivada por uma “confusão mental” induzida por medicamentos prescritos. Durante a audiência, o ministro Alexandre de Moraes questionou as razões por trás da violação da tornozeleira, e os advogados do ex-presidente apresentaram um boletim médico que sugere a possibilidade de alucinações decorrentes da combinação de remédios que Bolsonaro estava tomando. Os profissionais de saúde envolvidos, um cirurgião e um cardiologista, assinaram o documento que fundamentava a solicitação de reconsideração da prisão.
Na madrugada de sábado, após o alerta sobre a violação do dispositivo, agentes foram à casa de Bolsonaro, onde o ex-presidente admitiu ter usado um ferro de solda na tentativa de remover a tornozeleira. Ele afirmou não ter recebido ajuda de ninguém, já que sua filha, um irmão e um assessor estavam dormindo no momento. Em sua declaração ao STF, assegurou que seus atos não tinham relação com uma intenção de fuga, destacando que a vigília convocada por seu filho, Flávio Bolsonaro, ocorreria a uma distância considerável de sua residência.
Bolsonaro também relatou estar sob a influência de remédios como a Pregabalina e a Sertralina, que, segundo ele, interagiram de forma inadequada e contribuíram para seu estado mental alterado. Embora tenha tentado justificar sua conduta, a audiência não se propôs a discutir a legitimidade das acusações ou da prisão, mas sim a verificar se os direitos do ex-presidente estavam sendo respeitados.
A juíza auxiliar Luciana Sorrentino homologou o mandado de prisão após concluir que não houve abuso por parte dos policiais. Ao encerrar a audiência, Bolsonaro reiterou que sua intenção nunca foi fugir e que estava tentando entender o funcionamento da tornozeleira, tendo até mencionado que havia aprendido a usar um ferro de solda em um curso que realizou. O ex-presidente, ao final de sua fala, assinalou que parou com a tentativa de danificar o equipamento ao perceber a gravidade da situação.
