Uma das medidas mais controversas foi o veto à comunicação de Jair Bolsonaro com seu filho, Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos desde a sua viagem em busca de apoio do ex-presidente Donald Trump. Essa situação gerou reflexão sobre o impacto estratégico dessa operação no cenário político. Segundo o analista político José Alves Trigo, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a proibição de comunicação poderá ser utilizada pelos bolsonaristas para alegar uma perseguição política por parte do STF.
Trigo destacou que a viagem de Eduardo à América foi mal recebida, contribuindo para uma recuperação da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que atravessava um período de dificuldades. O analista acredita que o momento atual de Lula, com discursos firmes sobre a soberania nacional, remete ao seu passado sindicalista, possibilitando a ele angariar apoio em um cenário onde a crise nas próprias fileiras bolsonaristas pode se intensificar.
Embora seja incerto o quanto essa operação impactará as eleições de 2026, o especialista alerta que a incapacidade de Jair Bolsonaro de se comunicar com seus aliados poderá causar um vazio na narrativa política do bolsonarismo, uma vez que nenhum dos seus filhos possui o mesmo poder de expressão do ex-presidente. Assim, muitos acreditam que a legenda e os membros da base no Congresso deverão se tornar os porta-vozes do bolsonarismo em meio a essa nova realidade política.
Com o pano de fundo dessa complexa dinâmica, as tensões políticas no Brasil estão em ascensão, refletindo não apenas intrigas pessoais, mas uma luta significativa por poder e influência à medida que as eleições se aproximam. O futuro desse embate ainda é incerto, mas o cenário já se configura como um campo de batalha decisivo para o rumo das forças políticas brasileiras.