Em declarações recentes, Paz expressou dúvidas sobre a relevância da ALBA para a Bolívia. “Como funciona a ALBA? Não tenho a menor ideia, não sei se ganhamos algo com a ALBA. Não me importa o que a ALBA possa dizer, se isso significa limitar minha capacidade de construir um país melhor para todos os bolivianos”, afirmou durante uma coletiva em Santa Cruz. Esta posição reflete uma mudança clara em um país que, nos últimos 20 anos, esteve sob a liderança do Movimento ao Socialismo (MAS), que foi marcado por uma forte aliança com a ALBA.
Rodrigo Paz, que tem uma formação política de centro-direita e é filho do ex-presidente Jaime Paz Zamora, eleito entre 1989 e 1993, já ocupou cargos como senador e prefeito. Sua ascensão à presidência marca o fim de duas décadas de governos do MAS, sob a liderança de Evo Morales e, mais recentemente, Luis Arce. O novo governo promete uma aproximação mais estreita com os Estados Unidos, uma mudança que levanta preocupações sobre o impacto na política internacional do país.
Alguns analistas, como Patricia Guzmán e Federico Serra, apontam que essa nova postura pode ser arriscada. Gonzáles critica a abordagem neocolonial do novo governo, sugerindo que isso pode prejudicar as relações da Bolívia com outros blocos econômicos emergentes, como o promovido por China e Rússia. A ALBA, que atualmente inclui países como Venezuela, Cuba e Nicarágua, foi uma resposta à hegemonia dos Estados Unidos na região. No entanto, com a Bolívia se afastando desse bloco, surge a pergunta sobre como isso afetará sua posição no complexo cenário geopolítico.
As próximas etapas da administração de Paz serão observadas de perto, não apenas por seu impacto nas relações internacionais, mas também pela capacidade do novo governo de atender às demandas internas de um país que busca estabilidade e progresso. O equilíbrio entre os interesses locais e as pressões externas será fundamental para o futuro da Bolívia diante de um mundo em constante transformação.









