Bolívia projeta receita anual de US$ 200 milhões com transporte de gás argentino para o Brasil, impulsionando parcerias estratégicas entre os países.

A Bolívia está prestes a se beneficiar significativamente com a abertura de um novo corredor para o transporte de gás natural da Argentina para o Brasil. O presidente da Yacimientos Petrolíferos Fiscais Bolivianos (YPFB), Armin Dorgathen Tapia, anunciou que o país deverá gerar cerca de US$ 200 milhões anualmente, equivalente a aproximadamente R$ 1,12 bilhão. As operações, que começaram recentemente, utilizam um sistema de gasodutos bolivianos para conduzir o gás do campo de Vaca Muerta, localizado na província de Neuquén, na Argentina, até o mercado brasileiro.

Esse empreendimento surge como uma alternativa econômica viável para a exportação de gás natural. O gasoduto boliviano oferece uma rota de fornecimento que se mostra competitiva frente a outras possibilidades no continente. Para viabilizar esta exportação, foi firmado um acordo no final do ano passado entre a YPFB, a TotalEnergies Argentina e o grupo brasileiro Matrix Energia. Este pacto não apenas facilita o transporte de gás, mas também fortalece as relações comerciais entre os países sul-americanos envolvidos.

Estima-se que, inicialmente, o fluxo de gás será de 2 milhões de metros cúbicos por dia, podendo aumentar para 10 milhões de metros cúbicos nos próximos três anos. O objetivo é alcançar um volume de 30 milhões de metros cúbicos por dia até 2030. Essa estratégia visa não apenas suprir a demanda interna do Brasil, mas também promover o desenvolvimento de diversas indústrias brasileiras, como a de fertilizantes, vidro, cerâmica e petroquímicas, conforme ressaltou o ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira.

Este novo capítulo nas relações energéticas da América do Sul promete fortalecer a economia boliviana e ampliar a dependência do Brasil por gás argentino, um recurso cada vez mais crucial para suportar seu crescimento industrial. A expectativa é que essa colaboração trilhe um caminho sólido nas relações entre os países, alavancando não apenas a economia do setor energético, mas também a integração regional.

Sair da versão mobile