O ex-presidente, em um vídeo postado nas redes sociais, mostrou os danos no para-brisa de seu carro, onde eram visíveis buracos de bala. Ele afirmou ter sido seguido por dois veículos cujos ocupantes teriam disparado 14 vezes contra seu carro. Em sua defesa, Morales atribuiu a responsabilidade por esse ataque ao governo atual, liderado por Luis Arce, com quem mantém uma feroz disputa política.
A tensão entre Morales e Arce se agrava em meio a um cenário eleitoral que promete ser conturbado até as eleições de 2025, onde ambos buscam a candidatura pelo partido Movimento ao Socialismo (MAS). Nas últimas semanas, o clima de conflito entre os apoiadores de ambos os lados se intensificou, resultando em bloqueios de estradas, especialmente em Cochabamba. Os protestos são uma resposta à ordem de prisão do ex-presidente, que é acusado de abuso sexual de uma menor durante seu mandato, uma alegação que ele desqualifica como mais uma tentativa do governo de eliminá-lo da corrida política.
O atual presidente, Luis Arce, anunciou a abertura de uma investigação sobre o ocorrido com Morales, ampliando a linha de conflito entre os dois líderes. A situação atual reflete a profunda divisão política que atravessa o país, já que as fraturas internas na esquerda boliviana se tornam mais evidentes diante de um cenário eleitoral conturbado e de acusações mútiplas entre os principais figuras do MAS. Esta disputa, marcada por intimidações e controvérsias legais, promete dominar a agenda política da Bolívia nos próximos meses, com amplas repercussões para sua estabilidade.