A declaração do “Pacto de Unidade” destaca a necessidade de uma investigação internacional, rigorosa e independente, sobre as ações policiais e os desdobramentos da crise atual. Em comunicado oficial, o grupo afirmou a suspensão temporária dos bloqueios, mas deixou claro que outras formas de protesto continuarão, incluindo mobilizações e passeatas em diversas cidades bolivianas. A estratégia de pressão dos defensores de Morales visa chamar a atenção para o que consideram uma injustiça política, uma vez que o ex-presidente enfrenta acusações de “terrorismo e incitação pública à prática de crimes”, como afirmou o ministro da Justiça, César Siles. O ministro expressou que a pacificação do país depende da responsabilização das lideranças associadas aos “bloqueios criminosos”, citando Morales como um dos principais nomes nesse contexto.
Essas tensões emergem em meio a um debate acalorado sobre a legalidade da candidatura de Morales, especialmente após uma decisão judicial que a considerou ilegal. Os apoiadores do ex-presidente argumentam que a proibição para um terceiro mandato, mesmo não consecutivo, carece de fundamento e tem um viés político. Morales, por sua vez, reforça que apenas o povo pode decidir se ele deve desistir de sua aspiração presidencial, desafiando as normas vigentes. Este cenário complexo evidencia a fragilidade política na Bolívia, onde a luta pelo poder se entrelaça com questões de justiça social e direitos democráticos, em uma intrincada dança entre passado e futuro.