Desse total, a maior parte, ou seja, 1 bilhão de euros (cerca de R$ 6,17 bilhões), será direcionada para o Fundo Clima, que é gerido pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e operado financeiramente pelo BNDES. Este anúncio marca a segunda captação de valores bilionários para o fundo apenas neste mês. Na semana anterior, durante a cúpula de líderes que antecedeu a COP30, o Tesouro Nacional já havia informado sobre a captação de US$ 1,5 bilhão em “títulos verdes”, destinados ao mesmo fundo.
Uma das metas principais da atual administração do BNDES é aprimorar a capitalização do Fundo Clima. Essa estratégia visa garantir uma oferta crescente de recursos com condições mais favoráveis, oferecendo juros inferiores aos de mercado, sem alterar a Taxa de Juros de Longo Prazo (TLP), que reflete as cotações dos títulos da dívida pública federal.
O Fundo Clima, criado no final de 2009, historicamente sempre teve seus recursos limitados a dotações esporádicas do Orçamento da União, além de convênios e uma parte dos royalties de petróleo e gás. A nova gestão do BNDES, sob a presidência de Aloizio Mercadante, e em sintonia com o Ministério da Fazenda, definiu como prioridade a ampliação desse fundo por meio da captação de títulos verdes no mercado internacional.
Nos últimos meses, três emissões desse tipo já foram realizadas, que resultaram em significativos aportes financeiros. A expectativa é que o mais recente aporte, que se somará às emissões anteriores, permita o alcance da meta de R$ 10 bilhões anuais durante os próximos quatro anos.
Os primeiros aportes destino ao Fundo Clima têm sido utilizados para promover empréstimos com condições atrativas, especialmente para projetos focados em energias renováveis e iniciativas de sustentabilidade. O recente aporte de 1 bilhão de euros é uma colaboração de instituições renomadas, como o KfW, do banco de desenvolvimento alemão, a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) e a italiana CDP, todas atuando em conjunto por meio da rede JEFIC, voltada para o cofinanciamento de projetos sustentáveis.
A iniciativa, segundo Mercadante, representa uma validação da importância do Fundo Clima na agenda global de transição ecológica, reforçando o fortalecimento das relações entre Brasil e União Europeia. Além disso, o montante anunciado inclui mais 280 milhões de euros do KfW, destinados a financiar projetos de mobilidade urbana e energia renovável, ampliando ainda mais o alcance dos investimentos sustentáveis no país.









