Bilionários emitem mais CO2 em um dia do que a metade mais pobre do planeta, alerta Oxfam em relatório alarmante antes da COP30.

Um novo relatório expõe uma realidade alarmante: em um único dia, a pegada de carbono de um bilionário equivale às emissões geradas por metade da população mais pobre do planeta. Esse dado sombrio, revelado em uma pesquisa recente, enfatiza como o estilo de vida da elite econômica—especialmente os 0,1% mais ricos—está contribuindo para a rápida deterioração do orçamento de carbono global.

O relatório, intitulado “Saque Climático: como poucos poderosos estão levando o planeta ao colapso”, foi lançado diante da iminente COP30, que ocorrerá em Belém. Os números são impactantes: um indivíduo ultra-ricos, em média, emite 1,9 milhão de toneladas de CO2 anualmente, através de seus investimentos. Para evitar um colapso climático, é imprescindível que esse grupo diminua suas emissões em impressionantes 99% até 2030.

Francesco Petrelli, porta-voz da organização responsável pela pesquisa na Itália, destacou a interconexão entre a crise climática e o aumento da desigualdade global. Ele argumenta que os mais afluentes estão não apenas se beneficiando da crise climática, mas também perpetuando-a, enquanto as populações menos favorecidas arcam com as consequências diretas. Desde 1990, a participação do 0,1% mais rico nas emissões globais de carbono aumentou em 32%, enquanto a parte da metade mais pobre da população caiu em 3%.

O estudo ainda enfatiza que, se a emissão de carbono de toda a população mundial fosse equivalente à dos indivíduos mais ricos, o orçamento global de carbono se esgotaria em menos de três semanas. Portanto, é urgente que esse grupo reduza significativamente suas emissões para que o aquecimento global permaneça abaixo de 1,5°C.

Além disso, o relatório revela que quase 60% dos investimentos dos super-ricos são direcionados a setores que impactam negativamente o meio ambiente, como petróleo e mineração. As emissões geradas pelos investimentos de apenas 308 bilionários superam as de 118 países combinados, ilustrando o poder financeiro e a responsabilidade dessas elites em relação à crise climática.

Por fim, a pesquisa salienta que a minoria rica não apenas se beneficia dessa dinâmica, mas também influencia as discussões sobre políticas climáticas. No evento anterior, COP29 em Baku, por exemplo, o número de lobistas das indústrias de carvão, petróleo e gás superou o de representantes dos dez países mais afetados pela crise climática, evidenciando um descompasso nas negociações que moldam o futuro do planeta. A chamada para ação é clara: a responsabilidade pela salvação do meio ambiente não pode recair apenas sobre os menos favorecidos; os mais ricos também devem ser parte da solução.

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