A decisão veio em meio ao aumento do fluxo de imigrantes da América do Sul nas últimas semanas, especialmente na região do Texas. O secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, ressaltou a necessidade urgente de construir barreiras físicas e estradas próximas à fronteira dos EUA para deter as entradas ilegais. A medida afeta particularmente o condado de Starr, onde cidades como Roma e Rio Grande têm visto um crescimento significativo no número de imigrantes desde a posse de Biden.
Embora os números oficiais do ano fiscal de 2023 ainda não tenham sido divulgados, os dados preliminares da Segurança Interna e da Patrulha de Fronteiras indicam um aumento nas detenções de imigrantes ao longo da fronteira. Estima-se que mais de dois milhões de apreensões tenham ocorrido nos últimos meses, com os meses de agosto e setembro registrando um aumento expressivo no número de travessias.
Além disso, o governo de Biden enfrenta a pressão de lidar com a crise dos imigrantes que foram admitidos no país, mas ainda aguardam asilo. Mais de um milhão de imigrantes irregulares estão nessa situação, enquanto o governo tenta acelerar as deportações e implementar acordos com outros países para conter o fluxo de imigração.
A revogação das leis federais na linha de fronteira também levantou críticas por parte de ambientalistas, que argumentam que a construção do muro destrói o ecossistema da região. Entre as leis revogadas estão aquelas relacionadas ao ar puro, à água potável e à proteção de espécies ameaçadas de extinção. No entanto, o governo de Biden defende a medida como uma forma de evitar entraves burocráticos e acelerar a construção da barreira.
Neste contexto, o governo americano busca dialogar com o México sobre questões de segurança na fronteira. O secretário de Estado, Antony Blinken, visitou o país nesta quinta-feira para se encontrar com o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador. O diálogo de alto nível também abordou temas como o combate ao tráfico de fentanil e o fortalecimento do controle da fronteira comum.
Diante do aumento do fluxo de imigrantes, das críticas internas e dos vetos judiciais, Biden enfrenta desafios significativos em sua gestão da fronteira. A revogação das leis federais e a retomada da construção do muro representam uma mudança de curso em relação à abordagem inicialmente proposta pelo presidente democrata. Resta saber como essas medidas serão recebidas pela sociedade e como elas afetarão a política migratória dos Estados Unidos.