Simpatizantes do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) têm cobrado publicamente, pelas redes sociais, a postura de dois senadores do partido que não assinaram o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF): Romário (PL-RJ) e Eudócia Caldas (PL-AL).
No caso do ex-jogador, não há registro de justificativa clara. Já em relação à parlamentar alagoana, interlocutores apontam dois fatores decisivos para a ausência de sua assinatura.
O primeiro envolve o filho de Eudócia, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), presidente do PL em Alagoas. Segundo aliados, ele teria se comprometido com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a migrar para um partido da base governista em troca da indicação da tia, Marluce Caldas, ao cargo de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O segundo fator é a própria tramitação da indicação. Lula, aliado de Moraes e do STF, cumpriu a parte política ao indicar Marluce. No entanto, a nomeação depende de sabatina e aprovação no plenário do Senado — cenário em que a assinatura de Eudócia em um pedido de impeachment contra Moraes poderia ser interpretada como afronta ao governo, com potencial de prejudicar a confirmação da cunhada no tribunal.
