A aliança entre o prefeito de Maceió, JHC (PL), e o grupo político liderado por Renan Calheiros e Renan Filho, ambos do MDB, não surgiu de um dia para o outro — tampouco foi construída de forma improvisada. Nos bastidores, a articulação que permitiu esse entendimento improvável teve dois protagonistas decisivos: o senador Fernando Farias (MDB) e o médico e empresário Fábio Farias.
Fernando Farias, bem relacionado com as famílias Caldas e Calheiros, foi um dos principais operadores da aproximação. Desde outubro do ano passado, ele vinha atuando como articulador político para viabilizar a indicação de Marluce Caldas ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), com o apoio direto do presidente Lula. Para muitos interlocutores do meio político, Fernando foi o verdadeiro fiador do acordo que selou o compromisso entre JHC, Renan Calheiros e o ministro dos Transportes, Renan Filho.
Inicialmente, o entendimento entre as partes previa que JHC seria candidato ao Senado em 2026, abrindo caminho para Renan Filho disputar o governo de Alagoas com o apoio do prefeito. O plano contava com o aval dos dois Renans, que viam no gesto uma forma de reorganizar o tabuleiro político alagoano sem confrontos diretos.
Mas a costura desse pacto exigiu muito mais do que gestos públicos. Outro personagem essencial na engrenagem foi Fábio Farias, ex-secretário do Gabinete Civil de Renan Filho, com ampla influência nos círculos jurídicos, empresariais e políticos de Alagoas. Discreto e com trânsito entre os dois lados, Fábio atuou desde os primeiros momentos nas tratativas com Marluce Caldas, seu irmão João Caldas, o prefeito JHC e os Calheiros.
Foi ele quem ajudou a tornar viável a construção de uma “ponte sólida” entre adversários históricos, ajustando interesses e afinando estratégias. Fábio teve papel em momentos decisivos da negociação, convencendo os envolvidos de que a candidatura de JHC ao Senado poderia representar uma aliança vitoriosa em 2026. (Com blog do Edivaldo Júnior)