Barroso se despede do STF em discurso emotivo e gera especulações sobre sucessão na Corte e desafios políticos do governo Lula.

Na quarta-feira, o Ministro Luís Roberto Barroso anunciou sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal (STF) em um discurso repleto de emoção e gratidão. Ao se despedir, Barroso fez uma homenagem a seus colegas de Corte, reconhecendo a colaboração e companheirismo que compartilhava com cada um deles ao longo de sua trajetória.

Um dos destaques do discurso foi a relação entre Barroso e o Ministro Gilmar Mendes, que, segundo ele, vivenciou um ciclo de aproximações e afastamentos. “Agradeço a Gilmar pela valiosa parceria e pela defesa firme do tribunal em tempos difíceis”, ponderou Barroso. A Ministra Cármen Lúcia também recebeu elogios por sua integridade e dedicação ao país, que, segundo Barroso, ilumina o caminho do tribunal.

Ele não deixou de reconhecer a “capacidade de gestão e sensibilidade” do Ministro Dias Toffoli, essencial em momentos críticos, como a implementação do plenário virtual e o inquérito que investiga extremismos antidemocráticos. A amizade de longa data com o Ministro Luiz Fux também foi mencionada com carinho, relembrando que Fux celebrou seu casamento.

Num momento político marcante, ele expressou solidariedade ao Ministro Alexandre de Moraes, ressaltando a importância de suas ações em defesa das instituições, apesar dos “altos preços pessoais” que Moraes enfrenta. Ao se dirigir ao Ministro Kassio Nunes Marques, Barroso desejou êxito em sua futura presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), afirmando que a amizade continuará fora da Corte.

Barroso elogiou também o Ministro André Mendonça por sua integridade, independentemente das divergências políticas, e fez referências positivas ao Ministro Cristiano Zanin, cujo desempenho no tribunal suprimiu críticas negativas. O Ministro Flávio Dino foi reconhecido por seu brilho intelectual e senso de humor.

Quando refletiu sobre sua saída, Barroso afirmou que deixa o tribunal com a sensação de dever cumprido, embora sentisse um “coração apertado”. Sua decisão de se aposentar antes do limite constitucional se baseia na “consciência tranquila” de que cumpriu sua missão. Ele destacou que os anos no STF foram desafiadores, mas sem arrependimentos, e fez questão de agradecer tanto à Presidenta Dilma Rousseff, que o nomeou, quanto ao Presidente Lula, que defendeu o tribunal durante períodos de crise.

A aposentadoria de Barroso, sem dúvida, gera um burburinho político sobre sua sucessão no STF. Nomes como Jorge Messias, Advogado-Geral da União, e Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União, estão entre os favoritos, ambos considerados alinhados ao governo. O senador Rodrigo Pacheco também aparece como uma possibilidade, embora sua ambição política para o governo de Minas em 2026 possa complicar sua indicação.

A pressão para que a vaga seja ocupada por uma mulher está presente, indicando que o cenário será agitado nas próximas semanas. A saída de Barroso deixa um legado e a certeza de que sua presença fará falta.

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