Barbalho rebate críticas de chanceler alemão e defende acolhimento no Pará durante COP30, chamando discurso de “preconceituoso”.

O governador do Pará, Helder Barbalho, manifestou sua indignação nesta segunda-feira em resposta a comentários feitos pelo chanceler da Alemanha, Friedrich Merz. Durante um discurso no Congresso Alemão do Comércio, Merz fez observações depreciativas sobre Belém, cidade-sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP30. Barbalho disse que os comentários refletem um “discurso preconceituoso” e criticou a visão de Merz sobre a realidade paraense.

Em sua publicação nas redes sociais, o governador destacou a hospitalidade e a força do povo paraense: “O Pará abriu as portas e mostrou a força de um povo acolhedor. Curioso ver quem ajudou a aquecer o planeta estranhar o calor da Amazônia.” A declaração de Barbalho é um reflexo do descontentamento e da desvalorização que muitos brasileiros sentem diante de críticas externas sobre suas culturas e modos de vida.

O chanceler Merz, ao comparar Brasil e Alemanha, afirmou que seus jornalistas presentes na COP30 se mostraram aliviados por retornar ao seu país, insinuando que a experiência em Belém não foi positiva. Ele mencionou que, ao perguntar quem gostaria de permanecer no Brasil, nenhuma mão se levantou. Afirmou ainda que os alemães vivem “em um dos lugares mais bonitos e livres do mundo”, reiterando a necessidade de valorizar a democracia e a ordem econômica da Alemanha.

Além de Barbalho, o prefeito de Belém, Igor Normando, também se posicionou contra as declarações do chanceler. Ele chamou as afirmativas de “infelizes e arrogantes” e enfatizou que a visão de Merz não representa a experiência de quem visita a cidade, especialmente durante um evento tão importante como a COP30. Normando lembrou que a Amazônia desempenha um papel vital para o mundo, contribuindo para a respiração global.

Essas trocas de palavras acontecem em um contexto onde a emergência climática está em pauta, e a colaboração internacional se faz imprescindível. No entanto, a falta de respeito e entendimento cultural pode dificultar o diálogo e a cooperação. O discurso de Merz provocou reações adversas entre as lideranças brasileiras, ressaltando a importância do acolhimento e das ricas contribuições que a Amazônia e seus habitantes oferecem ao mundo.

Essa situação evidencia não apenas a fragilidade das relações internacionais em questões ambientais, mas também a relevância de abordar as complexidades culturais e sociais ao discutir temas globais. O episódio é uma lembrança de que, na busca por soluções para a crise climática, o respeito e a empatia são fundamentais.

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