O ex-presidente Fernando Collor voltou ao centro do debate político após ser citado por Michel Temer durante evento em Nova York como exemplo de “moderação”. No encontro promovido pelo grupo LIDE, de João Doria, Temer buscou se posicionar como articulador de uma nova coalizão de direita, defendendo uma agenda de pacificação nacional. Para isso, recorreu a figuras do passado, como Collor e Roberto Jefferson, para ilustrar sua narrativa.
Ao comentar a atuação do ministro Alexandre de Moraes – nomeado por ele ao Supremo Tribunal Federal –, Temer citou a conversão da pena de prisão de Collor para o regime domiciliar como exemplo de equilíbrio. Condenado a mais de oito anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso da BR Distribuidora, Collor obteve o benefício por razões de saúde em 2023. Na fala de Temer, a decisão representa um “esforço institucional” pela harmonia entre os Poderes.
Temer usou esses exemplos para reforçar sua crítica à “radicalização política” e defender uma “polarização programática saudável”. Ele também elogiou a “coragem jurídica e pessoal” de Moraes ao garantir as eleições de 2022 no TSE, reforçando seu discurso de que a estabilidade institucional passa por decisões equilibradas do Judiciário.
O jantar em Nova York reuniu lideranças da chamada Terceira Via, como Eduardo Leite, Cláudio Castro, Raquel Lyra e Ronaldo Caiado. A ausência de Tarcísio de Freitas, principal nome da direita para 2026, evidenciou as divisões internas do campo conservador. Embora também estivesse em Nova York, Tarcísio preferiu participar de outro evento, organizado pelo grupo Esfera.
Enquanto isso, Temer tenta consolidar uma frente liberal-conservadora unindo MDB, PSDB, União Brasil e parte do Centrão. Collor, mesmo fora da vida parlamentar, é resgatado como símbolo de uma direita que busca se reposicionar, associando-se à imagem de moderação, experiência e reinvenção.