O Índice Financeiro (IFNC) da B3, que compila as ações do setor bancário, levou um impacto severo, apontando uma queda de 3,82%, o que representa a maior queda desde janeiro deste ano. O Bradesco sofreu queda de até 3,43%, enquanto o Banco do Brasil viu suas ações desvalorizarem em 6,03%. O Itaú e as unidades do Santander e BTG Pactual seguiram na mesma tendência, com desvalorizações significativas em seus papéis.
Em uma análise mais detalhada, o Bradesco reportou uma diminuição de R$ 5,4 bilhões em sua capitalização de mercado, enquanto o Banco do Brasil viu perder R$ 7,25 bilhões. O Itaú, junto com BTG e Santander, registrou perdas ainda mais expressivas, somando R$ 14,71 bilhões, R$ 11,42 bilhões e R$ 3,2 bilhões, respectivamente.
O Ibovespa também não ficou ileso, recuando 2,10% e fechando a 134.432 pontos. Em termos de câmbio, o dólar também reagiu, subindo 1,22% e atingindo a cotação de R$ 5,50.
A decisão de Flávio Dino alarmou os líderes financeiros, que enxergam um potencial de impasse nas relações entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente em relação às sanções que têm um impacto direto sobre operações financeiras. Em seu despacho, Dino afirmou que decisões judiciais estrangeiras só podem ser implementadas no Brasil após homologação ou por meio de acordos de cooperação internacional.
O Departamento de Estado dos EUA fez um comentário que, ainda que indireto, criticou a decisão. Ele ressaltou que nenhum tribunal estrangeiro pode anular as sanções americanas, sinalizando uma possível tensão nas relações bilaterais.
Em meio a esse contexto, gestores e economistas manifestaram suas preocupações sobre o impacto negativo na percepção do risco-país, que pode afetar investimentos e atratividade econômica do Brasil. Com a incerteza sobre os próximos passos legais, o mercado reagiu com cautela, com investidores buscando se proteger através da compra de dólares, refletindo um comportamento defensivo diante de um cenário em aberto.
Analistas ressaltaram que essa instabilidade política e comercial pode levar a uma elevação nos custos de capital e, a longo prazo, afetar o crescimento econômico do Brasil. A situação permanece sob constante monitoramento, à medida que os desdobramentos evoluem e novos riscos emergem no horizonte econômico.