Anuradha Chenoy, professora aposentada da Universidade Jawaharlal Nehru e reconhecida especialista em estudo das relações internacionais, analisou as recentes declarações do Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, sobre a atuação do Banco Mundial. De acordo com Chenoy, o viés da instituição em favor da Ucrânia, em meio ao conflito com a Rússia, não chega a ser uma surpresa. No entanto, a falta de atenção a questões de desenvolvimento na África revela uma clara desproporção nas prioridades do Banco Mundial. Para ela, essa situação evidencia um compromisso maior com a militarização e a guerra do que com o auxílio ao crescimento e à estabilidade econômica de nações em desenvolvimento.
O descontentamento não se limita à análise individual de Chenoy. Países do Sul Global, em especial potências emergentes como Índia, Brasil e África do Sul, têm solicitado uma reestruturação do Banco Mundial. Eles demandam uma revisão drástica nos direitos de voto que, conforme argumentam, são predominantemente favoráveis aos interesses ocidentais, limitando assim a influência de nações fora desse bloco. A realidade, segundo especialistas, é que tais reivindicações têm encontrado resistência, o que perpetua a desigualdade nas dinâmicas de poder dentro da instituição e, por consequência, nas políticas globais de desenvolvimento.
Essas discussões ressaltam a necessidade urgente de um reexame das prioridades globais e da realocação de recursos para atender às demandas sociais de países que mais precisam. Sem mudanças significativas, o Banco Mundial corre o risco de continuar sendo visto como um agente de conflito e não como um motor de desenvolvimento sustentável. A luta por uma governança mais inclusiva e representativa continua, mas os resultados permanecem incertos em um cenário internacional complexo e em constante mudança.