Durante uma coletiva de imprensa, o diretor do Departamento Econômico e Monetário do BIS, Claudio Borio, ressaltou a importância de manter a posição fiscal em ordem, especialmente em mercados emergentes que tendem a sofrer impactos mais rápidos de dúvidas sobre a sustentabilidade fiscal. Ele enfatizou que é crucial consolidar a posição fiscal para garantir a solidez da economia.
O relatório trimestral do BIS destacou que incertezas políticas e fiscais afetaram as moedas emergentes nos últimos meses. No caso do Brasil, as medidas de corte de gastos foram mal recebidas pelo mercado, levando à desvalorização do real frente ao dólar e ao aumento dos juros futuros. O BIS apontou que a expectativa por medidas de contenção de gastos públicos gerou questionamentos que impactaram negativamente a economia brasileira.
Além disso, o BIS observou que as economias emergentes enfrentaram ventos contrários, com condições financeiras mais apertadas. A maioria dos mercados de ações na região registrou perdas e as moedas se depreciaram, enquanto os rendimentos dos títulos públicos aumentaram. O relatório ressaltou que as incertezas políticas e fiscais domésticas contribuíram para a depreciação de algumas moedas emergentes.
No entanto, o BIS apontou que as medidas de estímulo econômico na China tiveram impactos positivos temporários nos mercados de ações de países emergentes com ligações comerciais mais fortes com o país asiático, como o Brasil e o Chile. Quanto aos mercados de dívida, os ativos emergentes reagiram de maneira divergente, refletindo as diferenças nos cenários macroeconômicos e nas políticas monetárias.
Em resumo, o BIS alerta para a necessidade de manter a disciplina fiscal e a estabilidade econômica em mercados emergentes para evitar crises e garantir um crescimento sustentável. A atenção às políticas fiscais e a mitigação das incertezas políticas são fundamentais para a resiliência dessas economias em um cenário global desafiador.