Banco de Brasília Contrata Auditoria Externa Após Operação Compliance Zero e Afastamento de Presidente por Suspeitas de Fraude Financeira

O Banco de Brasília (BRB) tomou a decisão de contratar uma auditoria externa especializada com o intuito de investigar as operações mencionadas na Operação Compliance Zero, que foi deflagrada recentemente pela Polícia Federal (PF). Essa deliberação foi aprovada pelo conselho de administração do banco na noite de terça-feira e comunicada ao mercado no dia seguinte, através de um comunicado oficial enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A Operação Compliance Zero está centrada em investigações sobre crimes financeiros que envolvem o Banco Master, instituição que teve sua liquidação extrajudicial determinada pelo Banco Central (BC). As acusações indicam que o Banco Master teria criado carteiras de crédito fraudulentas, englobando empréstimos que não existiam ou que não possuíam garantias, as quais foram posteriormente comercializadas a outras instituições financeiras, incluindo o BRB.

Essas carteiras de crédito operam como ativos que são negociados entre bancos, mas é fundamental que passem por uma auditoria e verificação adequadas antes de serem adquiridas. As investigações sugerem que o Banco Master inflacionou seus resultados fiscais ao transferir carteiras sem lastro, o que levanta sérias questões sobre a integridade das transações realizadas.

No comunicado oficial, o BRB enfatizou que a auditoria externa será crucial para esclarecer os fatos relatados pela PF. Os pontos de investigação incluirão a aquisição das carteiras de crédito do Banco Master, os processos internos que o BRB utilizou para aprovar essas transações e eventuais falhas na governança ou nos controles internos da instituição. O BRB reiterou, ainda, seu compromisso com a transparência e a comunicação aberta, prometendo manter acionistas e investidores atualizados sobre o andamento das investigações.

Desde 2024, o BRB vinha adquirindo algumas dessas carteiras do Banco Master, e a Operação da PF busca determinar se o banco público foi uma vítima nas operações ou se houve falha na análise dos ativos. Em setembro, o BC já havia barrado a tentativa de aquisição do Banco Master pelo BRB, alegando que o banco do governo local não tinha condições de absorver a estrutura de capital da instituição privada, embora as investigações sobre transações anteriores estejam em andamento.

Recentemente, a operação resultou na prisão do proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro, e de outros indivíduos, além do afastamento do presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, por um período de 60 dias. Essa ação judicial foi motivada por sua participação nas decisões relacionadas à compra dos ativos do Banco Master, levando a Justiça a concluir que sua presença no cargo poderia comprometer o progresso das investigações.

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