“O projeto pode não ser implementado exatamente como previsto na visão de futuro do Banco Central. Em algum momento, poderemos necessitar estabelecer uma fase intermediária para, no médio e curto prazo, chegarmos a um modelo factível que eventualmente atinja a visão futura desejada”, explicou Fernandes.
Atualmente chefe-adjunto da unidade da gerência do centro de infraestrutura de tecnologia do Banco Central, Fernandes detalhou que os testes para o Drex consideram entre 100 a 150 transações diárias. Ele destacou que a expectativa não é de que o novo sistema alcance um volume de transações comparável ao do Pix, o sistema de pagamentos instantâneos que já ganhou grande popularidade no país.
Ao ser questionado sobre os principais desafios enfrentados pelo novo sistema de pagamentos, Fernandes apontou a capacidade tecnológica como o maior obstáculo. “Nosso time é pequeno e enfrenta dificuldades significativas devido às restrições orçamentárias e de pessoal”, afirmou.
Ele também ressaltou as dificuldades financeiras para investir no aprimoramento do Pix, que registra um aumento de aproximadamente 5% nas transações a cada mês. “A crescente demanda por transações não é correspondida por um aumento na capacidade de investimento no sistema, o que torna desafiador acompanhar o crescimento”, observou.
O Drex, cujo desenvolvimento é parte dos esforços do Banco Central para modernizar o sistema financeiro nacional, está sendo observado de perto pelo mercado e pelos especialistas do setor. Muitos veem na moeda digital uma oportunidade de oferecer maior segurança, eficiência e inclusão financeira. Contudo, os comentários de Fernandes deixam claro que desafios significativos ainda precisam ser superados antes que a plataforma possa ser totalmente implementada e operacional.
O evento destacou a complexidade do desenvolvimento e implementação de novas tecnologias no setor financeiro, especialmente em um ambiente de restrições orçamentárias e de recursos humanos. Enquanto o Banco Central busca maneiras de superar essas barreiras, o mercado aguarda ansiosamente pelos próximos passos no desenvolvimento do Drex e na eventual modernização completa do sistema financeiro brasileiro.