Banco Central Minimiza Impactos da Liquidação do Banco Master e Reforça Estabilidade do Sistema Financeiro Nacional em Comunicado Oficial.

O Banco Central do Brasil (BC) fez uma declaração significativa nesta quarta-feira, ao minimizar as preocupações relacionadas à liquidação do Banco Master e de outras instituições do seu grupo. Em um comunicado divulgado pelo Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), a autoridade monetária afirmou que essa medida não representa um risco ao sistema financeiro nacional.

A liquidação das instituições foi decretada na terça-feira, sendo justificada por uma “grave crise de liquidez” enfrentada pelo Banco Master, além de “graves violações” às normas que regem o setor bancário. O ato coincidiu com uma operação da Polícia Federal que investiga a suposta “fabricação” de carteiras de crédito em transações entre o Banco Master e o Banco de Brasília (BRB). As possíveis repercussões financeiras dessas operações são estimadas em impressionantes R$ 12 bilhões. Daniel Vorcaro, proprietário do conglomerado, e outros executivos do banco foram detidos durante a ação da Polícia Federal.

No comunicado, o Banco Central destacou que o grupo Master é classificado como de pequeno porte. Em termos quantitativos, representa apenas 0,57% do ativo total e 0,55% do total de captações do Sistema Financeiro Nacional (SFN). De acordo com o Comef, esses números indicam que a situação não traz risco de natureza sistêmica.

Além disso, a instituição decidiu manter em 0% o valor do Adicional Contracíclico de Capital Principal relativo ao Brasil (ACCPBrasil), uma medida que deve ser utilizada durante períodos de retração econômica. O BC enfatizou que o sistema financeiro brasileiro se encontra em condições adequadas para lidar com possíveis riscos de crédito. As reservas para perdas, bem como os altos níveis de liquidez e capital entre as instituições bancárias, seguem satisfatórios.

O Comef também observou uma desaceleração no mercado financeiro e de capitais, refletindo a moderação da atividade econômica. No entanto, ressaltou que o crescimento do crédito ainda é considerado historicamente elevado. O comitê alertou sobre a necessidade de cautela na concessão de crédito, dado o cenário atual de taxas de juros contracionistas, níveis de inadimplência e endividamento das famílias e empresas.

Por fim, o Comef recomendou que as instituições sob sua supervisão mantenham políticas prudentes de gestão de capital e liquidez, em face das incertezas econômicas e do contexto atual, além de acompanhar de perto os desdobramentos internacionais que podem impactar a economia nacional.