Os dados de preços ao consumidor serão divulgados na sexta-feira, e os economistas esperam uma terceira desaceleração consecutiva no aumento mensal. Enquanto isso, as autoridades argentinas buscam controlar a emissão de dinheiro pelo Banco Central, visando reduzir as pressões sobre o custo de vida da população.
Apesar da perspectiva de desaceleração, a inflação argentina continua em patamares preocupantes, com índices acima de dois dígitos ao mês e atingindo um nível recorde em três décadas, acumulando 276% em 12 meses.
O corte na taxa de juros vai na contramão da orientação do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em fevereiro, o corpo técnico do órgão alertou que a política monetária deveria ser mais rigorosa para controlar a inflação. O FMI sempre insistiu que a Argentina mantenha as taxas de juros acima da inflação para estimular a poupança em pesos e assim conter os preços.
Além da redução da taxa de juros, o Banco Central também encerrou o swap de crédito com o Banco de Compensações Internacionais e aumentou os requisitos de reserva para contas remuneradas de fundos mútuos do mercado monetário de 0% para 10%. Essas medidas buscam fortalecer o sistema financeiro e controlar a inflação, mesmo que em desacordo com as recomendações do FMI.