Superando Limites: A Inspiração de Ludmila Bernardes Garcia Paranhos
Diagnosticada com um câncer incurável, a bancária Ludmila Bernardes Garcia Paranhos, de 42 anos, não permitiu que a doença definisse sua vida. No último domingo (12/10), ela realizou um sonho de longa data ao complet ar a Maratona de Chicago, uma corrida de 42 quilômetros que atrai competidores de todo o mundo.
A história de Ludmila começa há nove anos, quando foi diagnosticada com câncer de mama durante um exame rotineiro. Mãe de um menino, na época com apenas 6 anos, ela enfrentou intensos tratamentos, passando por quimioterapia e radioterapia. Em 2019, após remissão, um novo desafio surgiu: uma recidiva exigiu que ela reiniciasse o tratamento. “Sempre soube que poderia haver novas batalhas, mas a vontade de viver e realizar meus sonhos foi maior”, contou.
Em 2022, Ludmila decidiu engravidar e, para isso, suspendeu o bloqueio hormonal. Ela deu à luz sua filha Heloísa, mas poucos meses após o nascimento, recebeu a notícia devastadora de que o câncer havia feito metástase em seus pulmões, ossos e linfonodos. “Meu mundo ruiu, mas o amor pela minha família me fez lutar ainda mais”, refletiu.
Apesar dos obstáculos, Ludmila manteve a determinação e, no final de 2024, decidiu se inscrever na maratona após finalizar um novo ciclo de quimioterapia. Os treinos começaram, mas um novo susto veio em março de 2025, quando nódulos no cérebro foram descobertos, o que indicava metástase no sistema nervoso central. Ela enfrentou mais um ciclo de radioterapia e quimioterapia, mas nunca perdeu a esperança.
Recentemente, a família de Ludmila mudou-se para os Estados Unidos, onde seu marido recebeu uma bolsa de estudos para o doutorado. Essa nova vida lhe proporcionou acesso a pesquisas científicas e, ainda assim, mesmo com os desafios diários, ela não desistiu de seus planos. “Corri 42 km em 5h18min! Para mim, essa maratona simboliza que a vida continua, cheia de desafios, mas também de sonhos”, afirmou.
Ludmila também se tornou uma voz ativa sobre a realidade da vida com câncer. Ela criou um grupo de apoio para mulheres em tratamento oncológico, promovendo diálogos sem filtros sobre os impactos da doença na saúde mental, nas relações e na maternidade. “Não sou heroína, sou apenas uma mulher que vive com muitos altos e baixos, mas que se recusa a abrir mão dos sonhos”, concluiu.
Neste Outubro Rosa, Ludmila enfatiza a importância de se falar intensamente sobre o câncer, especialmente em relação ao preconceito que ainda existe sobre diagnósticos avançados. Sua mensagem é clara: “A vida com câncer é possível, e continuar sonhando é fundamental.” Mulheres que desejarem participar do grupo de apoio podem se conectar com ela através das redes sociais, onde compartilha não só suas vitórias, mas também seus desafios cotidianos.