Balanço do quarto trimestre da Americanas é aguardado com expectativa após suspeitas de fraude e adiamentos consecutivos

A tão aguardada divulgação do balanço da Americanas referente ao quarto trimestre de 2022 é esperada para esta segunda-feira, dia 13. Esse anúncio é de extrema importância, visto que a demonstração financeira será crucial para que investidores e demais interessados compreendam a verdadeira situação das finanças da empresa.

A Americanas encontra-se em um momento delicado, tendo entrado em recuperação judicial depois que o ex-presidente Sergio Rial, que permaneceu no cargo por apenas nove dias no início deste ano, anunciou inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões. Além disso, a varejista tem uma dívida gigantesca, que chega a R$ 42,5 bilhões.

Os adiamentos na divulgação do balanço são motivo de preocupação, pois os números são cruciais para que se chegue a um acordo com os bancos credores. A expectativa é que os bancos se tornem sócios da empresa, ao lado dos acionistas de referência.

A divulgação do balanço também trará à tona a situação do plano de recuperação judicial da Americanas, que ainda precisa ser aprovado pelos credores. A empresa estima que o plano deve ser aprovado ainda este ano.

Analistas e investidores aguardam ansiosos pelos dados do balanço, desejando entender dois pontos fundamentais: o tamanho do buraco nas contas da Americanas e a natureza das fraudes. A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Americanas, na Câmara dos Deputados, também apontou que bilhões de reais em contratos de financiamento bancário estavam fora do balanço ou contabilizados indevidamente.

Além disso, a justiça do Rio de Janeiro determinou que a Americanas continue pagando R$ 300 mil mensais à empresa CCC Monitoramento, para monitorar os números da empresa. Isso é uma tentativa de evitar que executivos e funcionários da varejista mantenham condutas prejudiciais aos credores.

Por fim, é importante ressaltar que na última semana, a Bolsa de Valores São Paulo, a B3, anunciou a suspensão da Americanas do Novo Mercado, segmento de alta governança das empresas, por tempo indeterminado. A Americanas está descumprindo as normas desse segmento de listagem. Isso representa um revés para a imagem e reputação da empresa, que informou que vai recorrer junto à B3 para invalidar a decisão.

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