O cenário já está se desenhando com o índice de ações de grandes empresas norte-americanas registrando máximas históricas. No entanto, as incertezas permanecem em relação a quais políticas econômicas Trump será capaz de implementar efetivamente. Os analistas do mercado acreditam que, com a possível redução de impostos, os lucros corporativos devem crescer. Contudo, essa mesma explosão de lucros pode ser acompanhada por déficits amplificados e uma inflação crescente, que obrigariam o Sistema de Reserva Federal a manter altas as taxas de juros.
As implicações de um dólar fortalecido não são superficiais. Uma pesquisa do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicou que uma valorização de 10% da moeda pode reduzir a produção das economias emergentes em até 1,9%, com consequências que podem perdurar por um período de dois anos. Levando em conta que mais de 40% do comércio global é realizado em dólares, a força da moeda norte-americana se torna um fator crítico, especialmente para países da Ásia e América Latina, onde as flutuações do dólar tendem a ter um peso maior do que as variações das moedas locais.
Com um dólar forte, empresas nacionais enfrentarão desafios quando se trata de competitividade, especialmente em um contexto onde a procura por investimentos seguros, como títulos do Tesouro dos EUA, aumenta em mercados voláteis. Embora haja tentativas de controlar essa pressão, a satisfação dos investidores pela segurança do dólar pode dificultar esforços para estabilizar suas taxas. Além disso, especialistas ressaltam que a combinação da alta taxa de juros e a força contínua da moeda pode criar um cenário complicado, representando um “problema espinhoso” para a economia global.
Portanto, a nova administração de Trump, ao reforçar o dólar, não apenas afeta o comércio e a competitividade interna, mas também provoca um efeito dominó em economias ao redor do mundo, levando empresários e governos a ajustarem suas estratégias para lidar com essas novas realidades financeiras.