O ministro da Defesa da Austrália, Richard Marles, ressaltou que este acordo não apenas representa a maior colaboração militar entre os dois países, mas também demonstra uma resposta proativa às crescentes tensões geopolíticas na região da Ásia-Pacífico, especialmente relacionadas à crescente influência da China. Com essa aquisição, a Austrália planeja expandir sua frota de navios de guerra de 11 para 26 até 2035, não apenas modernizando suas capacidades navais, mas também garantindo uma defesa mais robusta.
As fragatas Mogami são um modelo de alta tecnologia, projetadas para operar em um ambiente de combate moderno, e são equipadas com 32 células de lançamento verticais para mísseis de longo alcance. A substituição das antigas embarcações da classe Anzac por essas novas fragatas representa um avanço significativo na capacidade de combate da Marinha australiana. A Mitsubishi fará a construção de três embarcações no Japão, enquanto as demais serão produzidas em estaleiros australianos, um passo que também gera emprego e desenvolvimento tecnológico local.
Este acordo acontece em um contexto onde o Japão, após a flexibilização de suas restrições constitucionais sobre exportação de armamentos, vê na Austrália um parceiro estratégico, principalmente como parte do grupo Quad, que inclui também Índia e Estados Unidos. Yoshimasa Hayashi, porta-voz japonês, destacou que essa parceria representa confiança na tecnologia japonesa e na interoperabilidade entre as forças militares dos dois países.
Além dessa aquisição, a Austrália está envolvida no pacto AUKUS com os Estados Unidos e o Reino Unido, que planeja trazer submarinos nucleares ao país, embora esse programa tenha gerado críticas internas, principalmente devido ao seu custo estimado em até US$ 235 bilhões ao longo de 30 anos. O compromisso da Austrália de aumentar seus gastos com defesa para 2,4% do PIB, superando a meta da NATO, ainda que abaixo da expectativa dos Estados Unidos, reflete uma nova postura em relação à segurança nacional.
Este acordo, portanto, é mais que uma simples transação militar; é um passo vital no fortalecimento das alianças estratégicas da Austrália e um indicativo claro da nova dinâmica de segurança que se desenha na região da Ásia-Pacífico.